Image Map

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Como liderar uma boa reunião de oração

Por: Kevin DeYoung

Há alguns anos (não lembro se foi há três ou quatro anos), nós experimentamos transformar um culto de domingo à noite por mês em uma reunião de oração. Fico feliz em dizer que a experiência eventualmente chegou a um fim e esses cultos de oração mensais se tornaram o auge da nossa vida juntos como igreja.
Ao longo dos últimos anos, e especialmente após eu ter tuitado algo a respeito do nosso culto de oração, pessoas vieram me perguntar o que fazemos nesses cultos de oração e como eles são.
Em geral, o culto dura de 60 a 75 minutos. Nós normalmente começamos com um hino e então temos um breve sermão de 15 minutos. Nem sempre tivemos o sermão — e há um perigo do sermão acabar engolindo todo o tempo de oração — mas descobrimos que um breve sermão deixa o coração pronto para a oração e também é útil para não-cristãos que estejam visitando a igreja. O resto do culto é separado para a oração, que é normalmente liderada por mim, ou, às vezes, por um dos nossos outros pastores. Em vez de descrever em detalhes o que fizemos no culto dessa semana, pensei que seria mais útil compartilhar algumas lições que aprendemos a respeito de planejar e liderar uma reunião de oração eficaz.

1. Estabeleça um horário regular e atrativo para o culto
Se você não possui um culto de oração atualmente, você terá dificuldades de começar um em um horário novo. As pessoas já estão mais do que ocupadas. Não importa o quanto você exorte os membros, é difícil conseguir um bom número de presentes para oração na noite de sexta-feira ou de manhã cedo em algum dia. Nós temos uma reunião de oração de 30 minutos nas manhãs de terça-feira, que é fielmente frequentada por alguns membros. É um momento maravilhoso para aqueles que fazem dela uma prioridade. Mas raramente são mais do que 10 pessoas. Ao colocar o nosso culto de oração em um horário regular da igreja — que para nós era a noite de domingo, mas pode ser na noite de quarta-feira ou em outro horário — não só tornamos possível para outras pessoas comparecerem, mas enviamos um sinal de que isso é importante. Para ser justo, a frequência de nossa igreja nas noites de domingo não chega nem perto da frequência da manhã de domingo, mas calculo que tivemos 125 pessoas no nosso culto de oração na noite passada. Isso é muito melhor do que nada.

2. O pastor tem que estar envolvido
Eu lidero a maioria dos nossos cultos de oração. Raramente alguém mais lidera, além dos nossos três pastores. Isso não é porque os outros são incapazes de liderar bem. Eles são capazes, e alguns já lideraram. Mas nós queremos que as pessoas vejam que esse não é um evento descartável. O pastor não tem que ser o maior guerreiro de oração da igreja ou o único campeão da oração, mas estou convencido de que ele tem que assumir o domínio sobre a reunião de oração se quisermos que ela seja bem sucedida.

3. Use a variedade
Nossos cultos de oração são sempre diferentes. Nós já usamos várias formas e abordagens diferentes, incluindo: cantar orações, ler orações responsivamente, orar através da Escritura, ser liderado em oração, orar como um grande grupo, orar em pequenos grupos, orar através de antigas liturgias, orar através de antigos manuais de oração, orar através de confissões e aceitar pedidos de oração. Semana passada, eu conduzi a congregação na oração de confissão de Martin Bucer (com períodos de silêncio) e também na sua oração de intercessão (com períodos de oração de pequenos grupos), ambas tiradas da Liturgia de Estrasburgo.

4. Inclua as crianças
Esse tem sido um dos deleites inesperados da nossa reunião de oração. Nós temos muitas crianças na nossa igreja e muitas nos nossos cultos. Elas são participantes plenas, frequentemente orando em voz alta quando nos separamos em pequenos grupos de 8 a 15 pessoas.

5. Celebre
Nós partilhamos uma refeição após nossos cultos de oração. Algumas igrejas podem ser grandes demais para tal comunhão, mas a maioria não é. Comer pizza e sorvete juntos deixa as crianças animadas e separa a noite como um evento de comunhão esperado assim como um momento para oração. Oração é trabalho duro, faça isso da melhor maneira que puder.

6. Seja paciente
Orar em voz alta é difícil para algumas pessoas. Orar por 30-60 minutos pode parecer embaraçoso no início. Não pare. Acho que nós crescemos muito ao orarmos juntos como igreja, mas isso requer prática.

7. Mantenha o passo
Talvez, em algumas igrejas e em algumas culturas, o povo de Deus possa continuar em oração por horas a fio, mas na minha experiência neste país, nós temos que manter as coisas em movimento. Meia hora de oração pode parecer intimidador até que você divida isso em 3 minutos de oração silenciosa, 4 minutos de oração guiada, 5 minutos de oração lida, 8 minutos de oração em um grande grupo e 10 minutos de oração em pequenos grupos, orando por cinco itens separados.

8. Planeje, planeje, planeje
Eu posso dizer novamente: planeje! A maior diferença entre uma reunião vibrante e eficaz, e uma reunião enfadonha e ineficaz é o planejamento. Eu aprendi isso com Bem Patterson, tanto através de seu ensino como por meio de seu exemplo. Muitas igrejas desistem da reunião de oração porque ninguém sabia planejar uma. Pedir que as pessoas orem, uma após as outras, por 30 minutos não sustenta o interesse da maioria das pessoas. As pessoas precisam de categorias para a oração. Elas precisam de modelos para a oração. Elas precisam de limites teológicos para a oração. O pastor deve gastar um tempo significativo preparando para liderar os seus membros em oração.

9. Lembre
Tenha expectativas quando orar. E quando Deus responder a oração, lembre-se de agradecê-lo. Eu nunca esquecerei que foi logo após começarmos o nosso culto de oração mensal que Deus começou a abrir as portas para comprarmos o prédio atual da nossa igreja. Eu acho que ninguém que estava no culto esquecerá o tempo de oração que tivemos por um estudante universitário com câncer e seu casamento recém-realizado. Nós oramos por bebês pequenos e santos idosos. Nós vimos algumas pessoas serem curadas e algumas partirem para estar com o Senhor. É claro, toda igreja ora por esse tipo de coisa, mas nós temos sido abençoados por podermos orar juntos por essas pessoas.

10. Não se esqueça de orar
Ouvir pedidos de oração por 25 minutos e orar por 5 minutos é legal, mas não é realmente uma reunião de oração. Pedir que seu pastor faça um culto tradicional para os idosos pode ser uma ideia maravilhosa, mas também não é uma reunião de oração. E cantar quatro hinos, pregar por 30 minutos e depois orar pela lista dos enfermos por 10 minutos não é o que estamos falando. Certifique-se de que a sua reunião de oração seja cheia de oração.

terça-feira, 20 de maio de 2014

5 Prioridades para o seu Primeiro Dia como Pastor

5 Prioridades para o seu Primeiro Dia como Pastor

Bob Johnson

Ontem a congregação “instalou” você como o pastor da igreja. (Isso soa como algo que você faz a uma máquina de lavar louça, não é mesmo?). Houve orações, abraços, sorrisos, música, comida, fotos e agora é segunda-feira. Por onde você começa? Você sabe que precisa preparar excelentes sermões, discipular membros da igreja e fazer evangelismo. Mas como você de fato começa? O que você deveria fazer no seu primeiro dia?
Em certo sentido, você não deveria fazer absolutamente nada. Não, não fique em casa assistindo futebol. Só não pense que você precisa mudar tudo em três meses. Você pode ter o título, mas a posição de pastor é tanto conquistada quanto concedida. Há muito o que aprender a respeito da sua igreja antes de começar a fazer mudanças. Além do mais, Cristo prometeu que ele edificaria a sua igreja. Você não precisa tentar fabricar crescimento.
Com isso em mente, aqui estão cinco prioridades que você deve trazer para o seu primeiro dia de ministério.

Prioridade 1 –  Aprenda tudo o que você puder sobre as suas ovelhas 
(Envolvimento – 1 Pedro 5.1-4).
Você é um pastor. Bons pastores são tão próximos às suas ovelhas, que cheiram a ovelhas, e eles as conhecem pelo nome. Sugestões:  Leia as minutas de assembleias administrativas passadas. Aprenda tudo o que puder sobre a fundação da igreja. Qual era a declaração doutrinária original? Houve alguma revisão da declaração ou da confissão da igreja? Se sim, por quê? A igreja já sofreu divisão? Há alguma questão não resolvida?
Torne-se familiar dos "veteranos". Eles podem dar a você grande ajuda. Questione-os sobre tradições, histórias, políticas, etc. Desenvolva perguntas para fazer a cada membro da congregação, a fim de avaliar a saúde espiritual deles. O envolvimento que você ganha — e a confiança que você conquista — pode até mesmo ser mais valioso do que a informação que você juntará.

Prioridade 2 – Gaste tempo com a sua liderança (Humildade – Filipenses 2.5-8).
Sugestões:  Visite seus líderes em seus locais de trabalho. Descubra a respeito de suas famílias, sua história, seus dons e seus pontos fortes em liderança. Faça a eles as perguntas que você está planejando fazer à congregação. Pergunte a eles pelo que você pode orar, e como você pode melhor servir a igreja. Peça a avaliação deles sobre a saúde da congregação. Tenha uma lista de livros pronta para sugerir que eles leiam. Planeje um retiro com eles para que você aprenda mais sobre eles e eles sobre você. Diga a eles o que você espera aprender sobre a congregação. Discuta a história com eles. Quais eventos deveriam ser celebrados? Compartilhe as suas conversas evangelísticas. Envie e-mails para eles diariamente.
Servir os seus líderes servirá de modelo para eles sobre como servir a igreja. As primeiras pessoas que você tem de discipular são os seus líderes. Eles irão discipulá-lo também.

Prioridade 3 – Planeje a sua pregação (Os meios de Deus para o crescimento – Romanos 10.17).
Explicar e aplicar fielmente as Escrituras terá mais impacto na sua igreja do que qualquer outra coisa que você puder fazer. Pregar é a sua prioridade número 1, mas está listada aqui como número 3 por conta da progressão da linha de pensamento. A informação que você reunir influenciará no seu plano de pregação.
Visto que o evangelho é fundamental para louvor, evangelismo, discipulado, resolução de conflitos, casamentos e todas as outras situações com que a sua igreja lida, considere uma série inicial de exposições do Evangelho de Marcos ou 1 João. Esteja preparado todas as vezes que você pregar e pregue sermões excelentes.

Prioridade 4 – Encontre-se com pessoas que não estão na sua igreja
(Considerar outros – Filipenses 2.4).
Encontre-se com pastores da região. Eles podem dar a você as impressões que têm da sua igreja e informações a respeito da comunidade. Considere orar publicamente por esse pastor e sua igreja no domingo seguinte.
Encontre-se com funcionários públicos da cidade. Quais mudanças estão acontecendo na comunidade? Quais são as necessidades que eles veem nela? Existe algo pelo que você possa orar? Existe algo que a sua igreja possa fazer?
Visite os vizinhos. Apresente-se às pessoas à sua volta. É impressionante o quanto você pode aprender, e ainda poderá conquistar muita confiança da qual vai precisar.
Embora as informações que você reunir desses indivíduos venham a ser úteis, procurá-los também proporcionará oportunidades evangelísticas.

Prioridade 5 – Plante uma árvore frutífera (ou um jardim) (Fidelidade – 1 Coríntios 4.2).
Coisas que produzem frutos precisam de cultivo e tempo, e observar uma árvore crescer lembrará você disso. Você começou uma maratona; mantenha o ritmo.
Exemplos:
Um pastor apresentou um plano ambicioso em seus primeiros dois meses para fazer a igreja crescer através de uma estratégia de alcance agressiva: mudar-se para um local mais visível e livrar o calendário de ministérios desgastados e inúteis. Nada do que ele propôs estava errado, mas sem conquistar a confiança para liderar, ele foi embora após nove meses. Por trás dele, estava um rebanho fraturado, ferido e castigado.
Outro pastor disse que não queria fazer nenhuma mudança por um ano enquanto não aprendesse o quanto pudesse sobre as pessoas. Agora, catorze anos mais tarde, ele os havia guiado por muitas mudanças que foram conquistadas por sua fidelidade publicamente no púlpito e, privadamente no ministério pessoal.
James Boice uma vez disse que normalmente superestimamos o que podemos fazer em um ano, mas subestimamos o que pode ser feito em dez. Se você é um pastor novinho em folha, defina agora as prioridades que, pela graça de Deus, darão frutos daqui a dez anos.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Lutando Contra a Ansiedade


John Piper

Devemos seguir o modelo de Jesus e Paulo. Devemos combater a incredulidade da ansiedade com as promessas de graça futura. Quando estou ansioso sobre algum novo empreendimento arriscado ou reunião, eu luto contra a incredulidade com uma das minhas promessas mais frequentemente utilizada, Isaías 41:10. O dia em que saí para passar três anos na Alemanha, meu pai me ligou de longa distância e me deu essa promessa ao telefone. Ao longo dos três anos, eu devo ter citado isso para mim quinhentas vezes, para conseguir passar por períodos de tremendo estresse. “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41:10). Quando o motor da minha mente está em ponto morto, o sussurro das engrenagens é o som de Isaías 41:10.
Quando estou ansioso quanto ao meu ministério ser inútil e vazio, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Isaías 55:11. “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei”.
Quando estou ansioso quanto a ser muito fraco para fazer o meu trabalho, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Cristo: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9).
Quando estou ansioso quanto a decisões que tenho que tomar em relação ao futuro, eu luto contra a incredulidade com a promessa: “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” (Salmo 32: 8).
Quando estou ansioso quanto a encarar adversários, eu luto contra a incredulidade com a promessa: “Se Deus é por nós, quem será contra nós”? (Romanos 8:31).
Quando estou ansioso quanto ao bem-estar das pessoas que amo, eu luto contra a incredulidade com a promessa de que, se eu, sendo mau, sei como dar boas coisas aos meus filhos, quanto mais “vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem” (Mateus 7:11). E eu luto para manter meu equilíbrio espiritual com a lembrança de que não há ninguém que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou terras, por amor de Cristo, que “não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna” (Marcos 10:29-30).
Quando estou ansioso quanto a estar doente, eu luto contra a incredulidade com a promessa: “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra” (Salmo 34:19). E eu tomo a promessa com tremor: “a tribulação produz perseverança; a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5:3-5).
Quando estou ansioso quanto a estar envelhecendo, eu luto contra a incredulidade com a promessa: “Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei” (Isaías 46:4).
Quando estou ansioso quanto a morrer, eu luto contra a incredulidade com a promessa de que “nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos” (Romanos 14:7-9).
Quando estou ansioso de que eu possa naufragar da minha fé e me afastar de Deus, eu luto contra a incredulidade com as promessas: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6) e “também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25).
Esse é o modo de vida que eu ainda estou aprendendo, enquanto entro na minha sétima década. Eu escrevo este livro na esperança, e com a oração, de que você se unirá a mim. Façamos guerra, não contra outras pessoas, mas contra a nossa própria incredulidade. Ela é a raiz da ansiedade, a qual, por sua vez, é a raiz de tantos outros pecados. Por isso, liguemos os nossos limpadores de para-brisa e usemos o jato de água, e mantenhamos os olhos fixos nas promessas grandes e preciosas de Deus. Tome a Bíblia, peça ajuda ao Espírito Santo, coloque as promessas em seu coração e combata o bom combate – viver pela fé na graça futura.