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terça-feira, 18 de agosto de 2015

O Verbo se Fez Carne



Se alguém pedisse para você resumir a mensagem básica da fé cristã em somente um verso da Biblia, qual você escolheria? Talvez João 3:16? Romanos 5:8? Efésios 2:8? É certo que esta é uma pergunta injusta, pois nenhum verso da Escritura nos diz tudo o que Deus quer que saibamos sobre o Seu plano para nos redimir e salvar do pecado e da morte. Mas se eu fosse forçado a responder essa questão, o verso que eu escolheria seria João 1:14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

Esse verso descreve a encarnação, o fato central de toda a Biblia. Essa é a chave para o entendimento de tudo o mais que as Escrituras ensinam sobre Deus, os seres humanos, o sentido da história, o tempo e a própria vida. E o que a encarnação significa? Simplesmente isso: Que o único, eterno, Deus triúno de santidade e amor; o próprio Deus que criou o mundo e tudo nele há; Ele mesmo, o verdadeiro Deus, entrou no mundo que fez, e Ele fez isto na mais pessoal e íntima das formas - como um bebê em uma manjedoura, como um homem em um madeiro.

Jesus Cristo, o filho de Deus encarnado, foi assim um ser humano real e ainda, ao mesmo tempo, verdadeiramente divino, “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”¹, como os primeiros cristãos confessavam. A doutrina da encarnação é única entre as religiões do mundo, e isso difere o Cristianismo de todos os outros caminhos de salvação professados.

A doutrina da encarnação ensina que Jesus Cristo é o único filho do Pai celestial. Por meio de Sua vida, morte e ressurreição, Deus agiu de forma decisiva para resgatar homens e mulheres perdidos no pecado e egoísmo. Jesus não é apenas uma grande figura do passado, um homem de renome como Júlio César ou Napoleão. Ele está vivo hoje! Através da mensagem da Bíblia e do poder do Espírito Santo, Ele ainda convoca todas as pessoas em todos os lugares a abandonar seus pecados, crer n'Ele, seguí-Lo em suas vidas diárias, compartilhar seu amor com os outros e estar prontos para encontrá-Lo quando Ele vier de novo para trazer paz e justiça para a terra. Ser cristão é receber o perdão que Jesus oferece e confessá-Lo como seu Salvador e Senhor pessoal.

Embora os cristãos têm proclamado a mensagem da encarnação por 2.000 anos, ainda é um fato extraordinário, chocante para alguns, escandaloso para os outros. A encarnação significa que o cristianismo não pode ser reduzida para o seguinte:

Uma filosofia de vida: Jesus não é um Sócrates com uma barba, nem um Platão com um sotaque judaico. Ele não deu palestras sobre a natureza da realidade, a ciência do conhecimento ou a estrutura do universo.

Um código de comportamento: ​Ninguém recebe a vida eterna mantendo um certo conjunto de regras, seguindo as obras da lei ou fazendo o melhor que ele ou ela pode.

Um movimento político: Jesus não se juntou aos revolucionários políticos de sua época, e Ele permanece soberano sobre toda a política hoje.

A encarnação tem sido mal entendida e distorcida em dois opostos, mas em direções igualmente perigosas. De um lado, há aqueles que são tão enfáticos sobre a humanidade de Jesus que eles tem negado ou minimizado Sua divindade. Na Igreja primitiva, haviam aqueles que disseram que Jesus era meramente um grande mestre ou profeta que havia sido “adotado” por Deus para um status mais elevado, mais exaltado. Semelhantemente, hoje alguns negam o miraculoso elemento dos Evangelhos e descrevem Jesus como um mestre com palavras de sabedoria que nunca afirmou ser nada mais do que um sábio rabino.

Mas, quando os primeiros cristãos refletiram a vida de Jesus, perceberam que eles tinham estado em contato com a realidade e poder que só poderia ser entendida como a presença do próprio Deus no meio deles. Isso é o porque a Igreja Primitiva confessava nos batismos quando eles declaravam, “Kyrios Iesus Christos” - Jesus Cristo é o Senhor.

No outro lado estão aqueles que tem ido para o extremo oposto. Eles tem levantado a divindade de Jesus de tal forma que eles tem minimizado Sua humanidade. No segundo século, alguns gnósticos sustentavam uma visão de Cristo conhecida como docetismo (do grego dokeo: parecer ou aparecer). Eles pensavam que Jesus não teve um corpo humano real, Ele somente apareceu como um humano. No entanto, o Jesus que conhecemos nos Evangelhos é completamente humano, assim como é completamente divino. Ele sabe o que é a experiência de ter fome (Mt 4:2), sede (Jo 19:28), cansaço (Jo 4:6), tristeza (Jo 11:35,38) e agonia (Mc 14:32-42). Em uma certa ocasião Jesus mesmo reconheceu que Ele não sabia a data precisa do Seu retorno (Mc 13:32).

Alguns cristãos bem-intencionados hoje parecem quase envergonhados por estas marcas da humanidade de Jesus. No entanto, a doutrina da encarnação nos ensina que não há profundidade do sofrimento ou limitação que o Filho de Deus não estava disposto a aceitar por nós. Longe de nós pensar menos de Jesus, esta grande verdade bíblica deveria nos inspirar para elevá-Lo ainda mais.

Hebreus 4:14 fala-nos que Jesus, agora nos céus, é o nosso Sumo Sacerdote. Existe dois enormes benefícios que todos os crentes recebem por ter tal mediador fiel à direita do Pai.

Primeiro, nós temos um amigo, um advogado que está com o Pai e que compreende as nossas fraquezas e tentações, visto que Ele também foi posto à prova de todas as formas que podemos ser postos à prova. Diferente de nós, Ele nunca rendeu-se as tentações. Mas Ele sabia o que era ter o sussurro do diabo em seu ouvido, ser traído por um discípulo e negado por outro, tremer e gemer dentro de seu espírito e enfrentar as hostes do inferno em um momento de crise. Portanto, “não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” - Hb 4:15.

Segundo, porque o Cristo encarnado é verdadeiramente humano assim como plenamente divino, temos uma porta aberta através da oração para o próprio coração de Deus. Podemos chegar com confiança diante do trono da graça. Nós não seremos rejeitados, mandados embora ou mesmo nos sentiremos indesejados. Em nossos momentos de maior necessidade vamos encontrar misericórdia e graça em Cristo, cujos braços foram abertos na cruz - como se quisesse abraçar o mundo todo - e está agora no céu com os braços ainda estendidos. Suas mãos com as marcas dos cravos ainda acenam, "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados” - Mt 11:28-30.

Na Idade Média, Anselmo, um grande teólogo, perguntou: "Por que Deus tornou-se homem?", em um hino chamado, “There is a Green Hill Far Away”, Cecil Frances Alexander dá esta resposta:

"Não havia outra bondade suficientepara pagar o preço do pecado,somente Ele poderia abrir o portãodo céu, e nos deixar entrar."

Agora no céu, Jesus nosso Redentor, uma pessoa em duas naturezas, tendo pago o preço por nossos pecados pela Sua morte substitutiva na cruz, por meio de Seu Espírito nos dá a Sua presença e poder. Diante de um salvador tão maravilhoso, a teologia torna-se doxologia²? Nós cantamos nas palavras do conhecido cântico de Natal:

"Velado na carne a divindade seguiu até o fim,Salve a divindade encarnada!Desejou como homem com o homem habitar,
Jesus, nosso Emmanuel!”.



| Notas:
| 1. Citado a partir do Credo Niceno-Constantinopolitano.
| 2. Expressão de louvor a Deus. Literalmente, "palavra de glória".


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Autor: Timothy George.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: Beeson Divinity School Website.

Missões Mundiais: O Propósito, a Promessa e o Preço



O propósito de missões é espalhar uma paixão pela supremacia de Deus entre grupos onde não há igreja nativa ou evangelizadora. Isto supõe algo sobre “discípulos” e algo sobre “nações”.

Estes termos são usados em Mateus 28 verso 19: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações”. O que eu afirmo como “discípulos” é que eles são pessoas quem têm visto “a glória de Deus na face de Cristo” - 2Co 4:6 - , e aqueles que acalentam “Deus em Cristo” como o supremo valor de suas vidas - Fp 3:8.

O que eu afirmo como "nações", é que elas não são geográficas, países divididos politicamente, mas são “tribos, línguas, povos e grupos étnicos” - Ap 5:9; 7:9. Baseado nestas duas afirmações, então, o propósito de missões é espalhar a paixão pela supremacia de Deus entre grupos de pessoas onde não existe igreja nativa ou evangelizadora.

De acordo com um grupo de pesquisa - Joshua Project, 2000 - em Junho deste ano existiam 579 povos no mundo com população acima de 10.000 pessoas, que não têm nenhum esforço missionário para plantação de igreja entre eles.

Em Julho de 1997, o Global Consultation on World Evangelization [Consulta Global sobre Evangelização Mundial] reuniu-se em Pretória, na África do Sul, com o resultado de que todos, com exceção de 172 destes povos, foram alvos de agências missionárias. Isto é um progresso notável em direção ao cumprimento da real tarefa missionária da igreja.

Mas a verdadeira fonte de esperança em missões não são as estatísticas do homem; mas é a promessa de Deus. A saber, Mateus 24 verso 14: "E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações”. O “dever” de Deus é suportado por Sua onipotência. Este grande trabalho de espalhar a paixão por Deus entre grupos de pessoas onde não há igreja nativa ou evangelizadora não pode falhar. Esta é a grande esperança dos empreendimentos missionários. A Palavra de Deus não falhará.

Mas o preço será muito alto. Não tão alto que isto não valha a pena. Mas muito alto. Jesus expressa isto em Mateus 24 verso 9: "Vocês serão odiados por todas as nações por causa do meu nome". O propósito e a promessa não acontecerão sem o custo da oposição e do sofrimento. Na realidade, o preço não é apenas o resultado mas a estratégia do propósito. Deus tem um certo número de mártires agendados - Ap 6:11. Jesus disse que quando você for preso e levado a presença de governadores, “será para vocês uma oportunidade de dar testemunho” - Lc 21:13. O propósito, a promessa e o preço estão todos unidos.

Você percebeu a frase, “todas as nações”, no propósito, na promessa e no preço?

O propósito: “Faça discípulos de todas as nações”.
A promessa: “Este evangelho [...] será pregado [...] para todas as nações”.
O preço: “Vocês serão odiados por todas as nações”.

Eu chamo todos vocês novamente com Hebreus 13 verso 13: “Saiam para fora do acampamento, suportando a Sua desonra”. O que isto tem a ver com você? Isto tem a ver com “todas as nações”.


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Autor: John Piper.
Tradutor: Thiago McHertt.
Texto Original: Desiring God Website.

Salvação: Como Ter Certeza Absoluta?



Algum tempo atrás, em um vôo para Oregon, eu me sentei ao lado de uma mulher que perguntou onde eu estava indo. "Sisters, Oregon", eu respondi. "Você sabe onde é?"

Assegurando-me de que ela sabia, a mulher perguntou: "O que você tem para fazer lá?"

Depois que eu disse que eu estava escrevendo um livro sobre como podemos ter certeza de que vamos para o céu, maravilhada ela perguntou: "Você quer dizer que pode se ter certeza que está indo para o céu?"

Quando percebi que Deus tinha aberto uma porta para mim partilhar com ela sobre Cristo, enfatizei que com certeza podemos saber nosso destino eterno, dizendo: "Nós podemos correr o risco de estarmos errados sobre irmos para Sisters, Oregon, mas não sobre estarmos indo para o céu".

Como podemos ter certeza? A verdade é, que podemos ter certeza sobre onde passaremos a eternidade. Nós podemos saber com convicção que quando morrermos vamos para o céu.

Mas como podemos ter certeza? Muitas pessoas lutam com a certeza da sua salvação, especialmente os novos convertidos.

Como podemos saber qual é a nossa posição diante de Deus? A Bíblia ensina que a certeza da salvação repousa firmemente sobre quatro pilares inabaláveis:

1º Pilar: Deus Não Pode Mentir

Primeiro, a segurança é baseada na confiabilidade absoluta das Escrituras. Por todo o Novo Testamento, lemos as promessas de Deus de salvar todos os que crerem em Seu Filho. A Bíblia diz: "porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" - Rm 10:13. Esta é uma promessa! Todos os que confiaram suas vidas a Jesus Cristo podem ter a firme certeza da salvação baseada na infalibilidade da Palavra de Deus.

Jesus disse: "Todo o que o Pai me der virá a Mim, e quem vier a Mim Eu jamais rejeitarei" - Jo 6:37. Se você vir a Jesus com genuíno arrependimento e fé, Ele promete que Ele te salvará. Podemos saber que Jesus nos recebeu simplesmente porque Ele disse isso! Quando a Bíblia fala, Deus fala. E o que Deus disse, Ele certamente irá cumprir. Ele salvará todos os que invocam Jesus Cristo. Você tem a Palavra Dele.

2º Pilar: Jesus Pagou Por Tudo

Segundo, a segurança repousa sobre a obra consumada de Jesus Cristo. Quando Jesus morreu na cruz, Ele carregou as nossas iniqüidades, suportando a ira de Deus, e clamou: "Está consumado!" - Jo 19:30. Com isso, Ele quis dizer que a expiação completa por todos os pecados do passado, presente e futuro está concluída.

Com a Sua obra de redenção já completa, toda a nossa dívida do pecado está integralmente paga.

Assim como a salvação vem por acreditar em Cristo somente, o mesmo acontece com a segurança. Assim como confiamos no sacrifício perfeito de Cristo pelos nossos pecados, a certeza da vida eterna inunda nossos corações. Não importa o quão grande é o seu pecado, a graça de Deus é ainda maior. A Bíblia diz: "Venham, vamos refletir juntos [...] Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão" - Is 1:18.

3º Pilar: O Grande Convencedor

Terceiro, a segurança vem através do testemunho interior do Espírito Santo. A segurança, que é uma dádiva divinamente produzida, é concedida pelo Espírito de Deus a todos os verdadeiros crentes. É o ministério do Espírito Santo convencer nossos corações sobre nossa salvação. Na realidade, nenhum pregador, evangelista, pai ou amigo pode nos dar esta segurança. Nem podemos construí-la dentro de nós mesmos. Apenas o próprio Espírito Santo pode nos dar a certeza absoluta da nossa salvação eterna.

A Bíblia diz: "Sabemos por isso que Ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu" - 1Jo 3:24 - "Nisto conhecemos que permanecemos n'Ele, e Ele em nós, porque Ele nos deu de Seu Espírito" - 1Jo 4:13 - "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" - Rm 8:16. Isto significa que o Espírito Santo que nos convenceu do pecado, nos chamou e converteu, também nos convence de que pertencemos a Cristo. É o testemunho interior do Espírito que nos convence da autenticidade da nossa salvação.

4º Pilar:  Nova Vida Em Cristo

Quarto, a segurança vem através da evidência de uma vida transformada. Em última análise, a segurança é confirmada dentro de nós assim que vemos Deus conformando-nos à imagem de Jesus Cristo. Todos os que nasceram de novo verão claras evidências de uma nova vida em Cristo. Embora  nós nunca sejamos perfeitos nesta vida, nós vamos, no entanto, experimentar uma vida transformada. É essa transformação interior que nos fornece uma firme confirmação da nossa salvação.

A carta de primeira João detalha quais são os sinais vitais de nossa nova vida em Cristo. O apóstolo João escreveu: "Sabemos que O conhecemos, se obedecemos aos Seus mandamentos” - 1Jo 2:3. Em outras palavras, podemos estar certos de que conhecemos Cristo assim que vemos dentro de nós uma desejosa e pronta obediência para com a Palavra de Deus. Da mesma forma, João escreve que outros sinais vitais se seguirão: amor por outras pessoas - v.1Jo 2:9-11 - amor a Deus - v. 1Jo 2:12-14 - rejeição ao mundo - v. 1Jo 2:15-17 - compreensão da verdade bíblica - v. 1Jo 2:20-27 - comportamento justo - v. 1Jo 3:4-6 - oposição do mundo - v. 1Jo 3:13 - e a oração respondida - v. 1Jo 3:22-24. Assim que vermos este fruto espiritual sendo produzido em nossas vidas, podemos estar confiantes de que Cristo vive em nós.

A completa segurança da salvação. Aqui estão quatro pilares firmes nos quais a segurança da nossa salvação repousa. Dando-nos a “completa certeza da esperança” - Hb 6:11 - com respeito ao nosso relacionamento pessoal com Jesus Cristo, esses pilares proporcionam uma inábalavel convicção da vida eterna.

Assim como partilhei com a mulher no avião, nós podemos estar errados com respeito as direções terrenas, mas não sobre nosso destino eterno. Nós devemos ter certeza da nossa salvação. A certeza da salvação é um abençoado dom de Deus para todo aquele que crê: "Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que crêem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna" - 1Jo 5:13.

Tenha certeza absoluta!


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Autor: Steven Lawson.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: One Passion Ministries.
http://www.firelandmissions.com/

A Soberania de Deus e o Evangelismo




Muitas pessoas lutam com a soberania de Deus na eleição, porque acreditam que ela exclui a prática do evangelismo. Elas se perguntam: se as pessoas são ou não eternamente eleitas, que bem fará a pregação? Que diferença fará? No entanto, como a Escritura ensina, a soberania de Deus na eleição e a prática do evangelismo não são inimigas, mas amigas. O evangelismo está enraizado na eleição, e enquanto o homem planta e rega a semente do evangelho, Deus traz o crescimento.

Os Meios e os Fins

A soberania de Deus na salvação é mais clara e nitidamente vista no ensino da Escritura sobre a eleição. A eleição é "incondicional", isto é, a escolha de Deus não se baseia em nada de bom ou meritório do escolhido, algo louvável que tencione ou influencie Deus em sua escolha. Ao invés disso, a escolha de Deus é feita exclusivamente com base na Sua boa vontade.

Pode parecer que essa escolha faz qualquer atividade humana desnecessária. Como poderia uma criatura afetar algo? Mas considere este simples exemplo: suponha que Deus quer eternamente que você receba uma carta minha. Para que isso ocorra, outras coisas devem acontecer primeiro. Obviamente, eu devo escrever a carta, e em seguida dar um jeito de entregar a carta para você. Essas atividades - a escrita e o envio da carta - não acontecem à parte da vontade e propósito do Deus Todo Poderoso, mas como parte de Sua vontade e propósito. Elas são meios para o fim: você receber uma carta minha.

O que isso mostra? Mostra que nos desígnios divinos, meios e fins estão conectados. Talvez, ao eleger pessoas "em Cristo", Deus poderia ter imediatamente os glorificado. Mas de acordo com a Escritura, Ele não escolheu fazer isso. Em vez disso, ele usa meios. Ele nos apresenta as boas novas da salvação. Como Ele faz isso? Ele com certeza poderia ter feito isso transmitindo as boas novas de forma imediata à mente de alguém através de um sonho ou um "sussurro". Mas, na verdade, Ele o faz pela dupla ação da "Palavra" e do "Espírito".

A Escritura tem várias maneiras diferentes de deixar isso claro. Nos Evangelhos, tem a parábola do semeador: "Eis que o semeador saiu a semear". A semente é a Palavra, os vários tipos de solo são os diferentes tipos de corações. "Quanto ao que foi semeado em boa terra, este é aquele que ouve a palavra e a compreende. Ele dá fruto" - Mt 13:23. Portanto, existe a semente semeada, e existe fruto, de acordo com o tipo de solo. E isso representa ouvir a Palavra, entendendo-a, e sendo frutífero. Ninguém pode "entender" a Palavra sem ela ter sido "semeada" primeiro.

Aqui está um segundo exemplo. Vejamos as palavras da Grande Comissão encontrada no final do evangelho de Mateus: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo que eu vos tenho mandado" - Mt 28:19-20. Jesus instrui ou ordena aos Seus onze discípulos para "fazerem discípulos". E como eles farão isso? "Ensinando-os [as pessoas de todas as nações] a observar tudo o que vos tenho ordenado". Discipulado vem através do ensino que Cristo ordenou aos Seus primeiros discípulos.

Paulo usa uma linguagem muito semelhante a de Cristo na parábola do semeador quando descreve seu ministério, tanto a importância quanto as limitações deste, ele escreve: "Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento" - 1Co 3:6. O que ele está dizendo aqui? Que ele semeou a semente e seu companheiro o pregador Apolo acompanhou e - por meio do que ele ensinou - "regou" o que Paulo havia semeado. Mas quem fez crescer? Só Deus, através do Seu Espírito, deu vida - entendimento, fé e obediência - àqueles que se tornaram crentes em Corinto.

Da mesma forma, outras coisas que Paulo escreve ecoam o ensino da Grande Comissão de Jesus. Por exemplo, em Romanos capítulo dez, Paulo discute a relação entre invocar a Cristo, a confiar nele, e pregar a necessidade de rogar pelo Salvador:

"Como, pois, invocarão aquele em quem não creram?
E como crerão naquele de quem não ouviram falar?
E como ouvirão, se não houver quem pregue?
E como pregarão, se não forem enviados?"
- Rm 10:14-15.

As perguntas de Paulo respondem a si mesmas: sem a fé não haverá súplica; sem o ouvir não haverá fé; sem a pregação não há como ouvir e sem o envio não haverá pregação.

Todas estas passagens têm uma coisa em comum. Elas revelam a conexão, conexão estabelecida na sabedoria de Deus, entre comunicar o evangelho através da pregação - semeando, ensinando, chamando e regando - e a crença - fé e invocação do Senhor, a conversão a Cristo em seus diversos aspectos. Portanto, sob circunstâncias normais, a pregação e o ensino são os meios indispensáveis ​​do Senhor para trazer homens e mulheres à fé em Cristo. É claro que apenas a pregação não é suficiente. O próprio Deus deve preparar o coração, e pelo Seu Espírito só Ele pode "dar o crescimento". Mas Ele normalmente o faz "pela Palavra" proclamada pelos ministros do evangelho.

Eleição

Há uma passagem que acima de todas as outras na Bíblia claramente estabelece o âmbito desta interação entre meios e fins, a eleição de um lado e a glorificação de outro. Em Romanos capítulo oito, Paulo ensina que o propósito final de Deus para o Seu povo é a sua conformidade à imagem de Seu Filho. Como devemos entender isso?

A resposta de Paulo leva primeiramente o leitor de volta para "aqueles que são chamados segundo o seu propósito" (v. 28). Estes, segundo ele, são pré-conhecidos por Deus. Isto é, Ele sabe antes de nascerem quem são essas pessoas, pois Ele os escolheu. E Ele os predestina para serem conformes à imagem de seu Filho, Jesus Cristo (v.29). E o que esta predestinação envolve?

"E aos que predestinou, também os chamou, e aos que chamou, também os justificou, e aos que justificou, também os glorificou" (v. 30). Em poucas palavras, o apóstolo leva o leitor de eternidade a eternidade. Para enfatizar a certeza e a plenitude desse processo, Paulo usa o verbo no passado, como se todos os santos já estivessem desfrutando da glorificação. Mas para o nosso objetivo, precisamos destacar duas palavras que são essenciais e importantes: chamou e justificou. Elas salientam a necessidade do eleito de ser glorificado através da ação do Espírito de tirá-los da escuridão espiritual - o novo nascimento - e a necessidade deles mudarem sua condição, uma vez que seus pecados foram perdoados e a justiça de Cristo é imputada a eles.

Quando essas mudanças, regeneração e justificação, ocorrem? A resposta é: durante a vida terrena dos homens e mulheres. Por quais meios? Pela comunicação e apresentação do evangelho através da pregação e do ensino. Além disso, essas mudanças ocorrem pela ação soberana de Deus, o Espírito Santo, que abre os olhos para a compreensão, renova a vontade, concede o arrependimento e a fé que justifica, e permite o crescimento da virtude cristã, isto é, a santificação.

Vendo por Outro Lado

Assim, a pregação é normalmente um meio indispensável para chamar os eleitos de Deus. De forma paralela, ouvir e fazer esforço para compreender a pregação do evangelho é indispensável. Não faz sentido algum dizer: "Ou eu sou eleito ou não sou. De qualquer maneira, não há porquê ouvir uma boa pregação. Pois, se eu sou eleito, de um jeito ou de outro Deus vai me levar para o céu. E se eu não sou, eu posso encontrar maneiras melhores de gastar o meu tempo do que indo à igreja". Jesus, por exemplo, destacou a importância de ouvir com atenção: "Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça" - Mt 13:43. O que Jesus queria dizer? Que devemos ouvir atentamente, com o objetivo de adquirir "entendimento". Depois de Sua ressurreição, Jesus passou um tempo abrindo o entendimento dos discípulos para compreenderem a Escritura (v. Lc 24:45). Se estamos confusos e perplexos, devemos continuar a examinar a Escritura com todas as nossas forças - uma vez que que a Escritura interpreta a Escritura - e rogar a Jesus por entendimento. Paulo conta como os cristãos de Tessalônica vieram a fé em Cristo da seguinte forma: "Quando você recebeu a palavra de Deus, que de nós ouvistes, a recebestes, não como palavra de homens, mas como aquilo que realmente é, a palavra de Deus" - 1Ts 2:13.

A linha de raciocínio que diz: "Ou eu sou eleito ou não, de qualquer forma, é inútil atentar à Palavra de Deus", comete o mesmo erro da crença de que a eleição eterna de Deus faz a pregação desnecessária. Eles separam o fim da eleição - a renovação na imagem de Cristo - dos meios de comunicar o evangelho através da pregação e as outras maneiras que Deus ordenou. Isso divide o que Deus tem, de fato, unido. "O que Deus uniu não separe o homem".


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Autor: Paul Helm.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: Ligonier Ministries.

O Dever de Pregar o Evangelho



Existem aqueles que representam erroneamente a doutrina da eleição desta maneira:

Aqui estou eu, sentado à mesa com minha família para o café. É uma noite fria de inverno e lá fora na rua estão alguns pobres mendigos famintos e crianças. Eles vêm, batem na porta e dizem:

- "Nós estamos com tanta fome Senhor. Oh, nós estamos com tanta fome e frio, estamos famintos, você não nos daria algo para comer?"
- "Dar à vocês algo para comer? Não! Vocês não pertencem a este lugar, saiam daqui".

Hoje em dia as pessoas dizem que isto é o que eleição significa. Deus serviu o banquete do evangelho e alguns pobres pecadores conscientes de sua profunda necessidade, vêm para Deus e dizem: "Tenha misericórdia de nós"; e o Senhor responde: "Não, vocês não estão entre os meus eleitos".

Agora meus amigos, este não é o ensino da Escritura, nem sequer algo parecido com isso. Absolutamente, esta é uma falsa representação da verdade de Deus. Eu não acredito em nada semelhante meus amigos, e eu não os insultaria pedindo-lhes que viessem noite após noite para escutar algo similar a isto.

1. Compele-os a Entrar

Então agora, aqui está a verdade. Deus serviu o banquete, mas o fato é que ninguém está com fome, ninguém quer vir para o banquete e todos dão uma desculpa para se manterem longe do banquete. E quando eles são convidados a virem, eles dizem: "Não, nós não queremos" ou "Nós não estamos prontos ainda". Ora, Deus sabia disso desde o princípio, e se Deus não tivesse feito nada além de servir o banquete, cada cadeira à sua mesa ficaria vaga por toda eternidade!

Eu não tenho nenhuma hesitação em dizer que não há nenhum homem ou mulher nesta igreja hoje à noite, se não aqueles que deram desculpas, vez após vez, antes de se achegarem pela primeira vez a Cristo. Vocês são apenas como os outros. Vocês deram desculpas, assim como eu. E se Deus não tivesse feito nada além de servir o banquete, todas as cadeiras estariam vazias; por conta disto, o que vocês lêem na parábola de Lucas 14? Porque o banquete não estava cheio de convidados, Deus enviou Seus "servos". Oh, coloquem seus óculos. Não diz "servos", diz Deus enviou Seu "servo" e ordenou-Lhe que os "compelisse" a entrar, a fim de que Seu banquete estivesse cheio de convidados. Não existe nenhum homem ou mulher nesta igreja nesta noite, ou em nenhuma outra igreja, que algum dia se assentaria às bodas do Cordeiro, a não ser que tenha sido compelido a entrar - compelido por Deus.

Bem - você dirá - o que você quer dizer por "compelir"?

Eu quero dizer que Deus teve que subjugar a resistência da sua vontade. Deus teve que vencer a relutância de seu coração. Deus teve que sobrepujar seu amor pelos prazeres, os quais você amava mais do que a Deus, e seu amor pelas coisas deste mundo, as quais você amava mais do que a Cristo. Eu quero dizer que Deus teve que usar o Seu poder e trazer você.

Se qualquer um de vocês sabe alguma coisa de grego ou tem uma concordância Strong¹, observe o verbo no grego para "trazer" em João 6 verso 44: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia", isto significa "usar violência". Isto significa arrastar à força. Não existe um erudito em grego na face da terra, que possa contestar esta definição - no sentido de sustentá-la com provas. Essa é a mesma palavra do grego que é usada em João 21 quando eles arrastaram a rede para a praia quando cheia de peixes (v. 11). Eles tiveram de puxar com toda a força que tinham porque a rede estava cheia de peixes. Eles tiveram que arrastá-la, sim, meu amigo, e é assim que você foi trazido para Cristo.

Você pode não ter se conscientizado disto. Você pode não ter entendido dentro de si mesmo o que estava acontecendo. Mas cada um de nós era um rebelde contra Deus, lutando contra Cristo e resistindo a Seu Espírito Santo. Deus teve de aplicar força e derrotar esta resistência para trazer-nos aos nossos joelhos. E se qualquer um de vocês contestar esta forte linguagem, então eu estou aqui para te dizer que você não acredita no ensino da Escritura sobre a absoluta depravação do homem.

O homem está perdido, e o homem está morto em delitos e pecados, por natureza. Ouçam, não é simplesmente que o homem está doente e precisa de um pouco de medicamento. Não é simplesmente que o homem é ignorante e precisa de  um pouco de ensino. Não é simplesmente que o homem está fraco e precisa de um pouco de esperança. O homem está morto, morto em seus delitos e pecados, e somente um imenso poder vindo do céu, poderá ressuscitá-lo e trazê-lo da morte para a vida. Este é o evangelho em que eu creio, e eu não prego o evangelho porque eu creio que o pecador tem poder em si mesmo para responder à ele.

Bem - você dirá - então qual é a utilidade da pregação do evangelho se o homem está morto? Qual é a utilidade em pregá-lo?

Eu lhes contarei. Ouçam! Aqui estava um homem com uma mão mirrada, paralisada, e Cristo disse: "Estende a tua mão" - Lc 6v:10. Esta era a única coisa que ele não poderia fazer! Cristo disse para ele fazer uma coisa que era impossível em si mesma.

Bem - então você dirá - por que Cristo falou para ele estender a mão?

Porque o poder divino acompanhou a própria palavra que ordenou-lhe fazer isto! Poder divino  tornou isso possível. O homem não poderia ter feito isto por si mesmo. Se você pensa que ele poderia, você está prestes a ir parar no hospício. Eu não me importo quem você seja. Qualquer homem ou mulher aqui, que pensa que este homem era capaz de esticar seu braço paralisado pelo esforço de sua própria vontade, está prestes a ir parar no hospício!

Como pode o paralítico mover-se?

Bem, eu lhes darei algo mais forte do que isto. Vocês precisam de algo forte hoje, vocês precisam mais do que um leite fraco. Vocês necessitam de um alimento forte, um alimento sólido, se de alguma forma vocês querem ser edificados, crescerem e se tornarem fortes no Senhor e na força de Seu poder.

Aqui está um homem que está morto e enterrado, seu corpo já está em decomposição de modo que está cheirando mal. Lá estava ele na sepultura e então alguém veio na entrada da cova e disse: "Lázaro, sai para fora" -Jo 11:43. Se aquela pessoa fosse qualquer outra a não ser o próprio Deus manifestado em carne, ela provavelmente estaria lá até agora chamando: "Sai para fora". Qual, na face da terra, seria a utilidade de falar para um homem morto vir para fora? Nenhuma, a não ser que Aquele que proferisse esta palavra, tivesse o poder para fazer dela uma palavra útil.

Neste momento então meus amigos, eu prego o evangelho para pecadores, não porque o pecador tem algum poder em si mesmo para responder. Até mesmo porque, eu não acredito que algum pecador tenha capacidade em si mesmo. Mas Cristo disse: "As palavras que eu lhes disse são espírito e vida" - Jo 6v63. Pela graça de Deus, eu vou adiante pregando esta Palavra, porque esta é uma palavra de poder, uma palavra do Espírito, uma palavra de vida. O poder não está no pecador, está na Palavra, quando Deus, o Espírito Santo, deseja usá-la. E meus amigos, eu lhes digo com toda a reverência, se Deus me falasse neste Livro para ir e pregar para árvores - Sim Senhor; eu iria!

Deus uma vez disse a um de seus servos para ir e pregar para ossos, e ele foi. Eu me pergunto se você teria ido! Sim, este ato teve uma aplicação local como também uma futura interpretação profética.

2. Pregue o Evangelho a Toda Criatura

Neste momento a questão surge novamente: Por que nós devemos pregar o evangelho para toda criatura, se Deus elegeu apenas um determinado número para ser salvo?

A razão é porque Deus nos ordenou que o fizesse. Bem - você dirá - mas isto não me parece sensato visto que não tenho nada a ver com isso. Sua obrigação é obedecer a Deus e não discutir com Ele. Deus nos ordenou que pregássemos o evangelho a toda criatura, isto significa o que diz - Toda criatura -  e isto é algo sério.

Cada cristão nesta sala hoje à noite, ainda terá que responder a Cristo, o porquê de não ter feito tudo o que estava ao seu alcance para transmitir este evangelho a toda criatura! Sim, eu acredito em missões - provavelmente mais do que a maioria de vocês - e se eu pregasse para vocês sobre missões, provavelmente eu os acertaria com mais força do que eu os acertei até aqui.

A grande maioria do povo de Deus que professa acreditar em missões, está apenas brincando. Eu ouso dizer de nossas denominações evangélicas de hoje em dia, que nós estamos apenas brincando de missões - essa é a verdade. Pense nisto, neste séc. XX, quando viajar é tão fácil e barato, existem bíblias impressas em quase todas as línguas debaixo do céu; por que meus amigos - enquanto nós estamos sentados aqui nesta noite - quase metade da raça humana, nunca ouviu falar de Cristo? E nós  teremos que responder a Cristo por isso também²!

Você terá que responder e eu também. Oh sim, eu acredito na responsabilidade do homem. Eu não acredito no “livre-arbítrio” do homem, mas eu acredito na responsabilidade humana, e na responsabilidade dos cristãos em dobro. Creio que cada um de nós nesta noite, terá de encarar Cristo e olhar para seus olhos como uma chama flamejante e Ele nos dirá: "Eu confiei a você Meu evangelho. Este lhe foi confiado como uma 'responsabilidade'" - v. 1Ts 2:4 - É exigido dos mordomos que cada um se encontre fiel.

Oh meus amigos, nós estamos brincando com as coisas. Nós não temos levado a religião a sério, nenhum de nós. Nós professamos acreditar na vinda de Cristo e professamos acreditar que a razão do porquê Cristo não voltou ainda, é porque Sua igreja, Seu corpo, ainda não está completo. Acreditamos que quando Seu corpo estiver completo Ele voltará. Meus amigos, Seu “corpo” nunca, nunca estará completo até que o último de Seus eleitos seja chamado, e Seus eleitos são chamados por meio da pregação do evangelho, pelo poder do Espírito Santo. Se você verdadeiramente anseia que Cristo volte logo, então você deveria estar mais atento às suas responsabilidades em relação a levar ou transmitir o evangelho aos pagãos!

A palavra de Cristo - e esta é a palavra de Cristo para nós - é “'Ide por todo o mundo e pregai o evangelho”. Ele não diz: “Envie”. Ele diz: “Ide”. E você terá que responder a Cristo também, o porquê você não foi!

Bem - você dirá - você quer dizer que todos nós aqui, nesta noite, deveríamos ir para o campo missionário?

Eu não disse isso, eu não sou o juiz dos homens. Muitos de vocês aqui, nesta noite, tem uma boa razão que satisfará a Cristo do porquê vocês não foram. Ele lhes deu um trabalho para fazerem aqui. Ele os colocou em uma posição aqui. Ele os deu responsabilidades para serem executadas aqui. Mas cada cristão que é livre para ir, mas não vai, terá que responder à Cristo por isto também.

- “Ide por todo o mundo!”
Bem - então você dirá - onde eu devo ir?
- "Oh, isto é muito fácil".
- "Você disse fácil?"
- "Sim, eu quis dizer que é muito fácil!"

Nada é mais fácil no mundo do que saber onde você deve iniciar o trabalho missionário. Você tem esta resposta em Atos 1 verso 8: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, - que é a cidade onde eles estavam - em toda a Judéia - que é o estado onde a cidade se encontrava - e Samaria, - que é o estado vizinho - e até os confins da terra".

Se vocês desejam começar o trabalho missionário, vocês precisam começar em sua cidade³. Meus amigos, se vocês não  estão interessados na salvação dos chineses em Sidney, então vocês realmente não estão interessados na salvação dos chineses na China. E estão apenas enganando a si mesmos se pensam estar! Oh, eu estou dando nome aos bois esta noite.

Se vocês estão aflitos com relação as almas dos chineses na China, então vocês estarão igualmente aflitos com relação aos chineses aqui em Sidney. E eu me pergunto quantos neste prédio hoje, já fizeram algum esforço real para alcançar a China em Sidney com o evangelho.

Então eu me pergunto... Eu me pergunto quantos aqui, nesta noite, tem ido à Casa da Bíblia em Sidney e dito ao gerente: "Você tem algum Novo Testamento em chinês?" ou, "Você tem alguns evangelhos de João em chinês?" "Quanto custa a dúzia? E o cento?" Eu me pergunto quantos de vocês compraram mil ou cem, e então foram até as casas do bairro chinês e disseram: "Meu amigo, este é um pequeno presente que fará bem a sua alma se você lê-lo".

Ah, meus amigos, nós estamos brincando de missões, isso não passa de uma farsa, isso sim!

- "Ide" é a primeira ordem.
- "Ir onde?"
- "Àqueles ao meu redor."
- "Ir com o quê?"
- "O evangelho!"
- "Bem, você dirá, "mas por que eu deveria ir?"
- "Porque Deus lhe ordenou!"
- "Mas",você dirá, "qual é a utilidade de fazer isso se Ele escolheu apenas alguns?"
- "Porque o evangelho é o meio que Deus usa para chamar Seus próprios eleitos. Este é o porquê!"

Você não sabe, eu não sei, ninguém na terra sabe quais são os eleitos de Deus e quais não são. Eles estão espalhados pelo mundo, portanto nós devemos pregar o evangelho para toda criatura, para que o evangelho alcance aqueles que Deus selecionou entre suas criaturas⁴.


| Notas:
| 1. James Strong. Concordância Exaustiva - Léxico Aramaico Hebraico e Grego.
| 2. Este parágrafo foi reorganizado devido a uma digressão do pregador, porém seu sentido foi preservado.
| 3. Embora a ordem seja definitiva, seu desenvolvimento geográfico não o é necessariamente.
| 4. Sermão pregado em Sidney durante seu ministério na Austrália na década de 1920.


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Autor: Arthur W. Pink.
Tradutor: Thiago McHertt.
Texto Original: Providence Baptist Website.

O Problema de Focar no Casamento



Focar no seu casamento pode ser uma boa coisa. E isso pode realmente bagunçar tudo.

Isso depende do tipo de foco você está dando. Se isso envolver uma sessão extra de atenção, consciência e investimento, para aprofundar as raízes ou para curar - e então para melhor refletir Jesus e Sua noiva - isso pode ser uma dádiva. Muitos de nós temos lucrado com épocas como essa, e talvez deveríamos fazer isso com mais freqüência.

Porém há um outro tipo de foco no seu casamento - e em particular, os bons efeitos do casamento - que podem verdadeiramente roubar o casamento do seu poder para transformar o mundo designado por Deus.

Os Maravilhosos Efeitos do Casamento

Casamento é uma extraordinária realidade, a qual frutifica extraordinariamente não apenas na igreja, mas também na sociedade. É um trágico sinal de que um tsunami de dor está vindo quando a civilização começa a mexer com sua concepção de casamento.

Os bons efeitos incluem, entre outras coisas, beneficiar a saúde, emprego, aumentar os ganhos, o sucesso material dos filhos e até mesmo remediar a pobreza. O casamento sustenta incomparavelmente a balança social em benefício dos pobres, minorias e crianças.

Comece fazendo uma lista dos frutos, e irá parecer que os efeitos pragmáticos de casamentos sólidos são inesgotáveis. Mas o perigo espreita.

Quem Está no Centro

Deus não criou o casamento para ser o centro do universo na nossa vida, mas sim Seu eterno Filho. Ele quer nos dizer para termos nosso crucificado e ressurreto noivo no centro, e por causa do peso de Sua pessoa e obra, manter o planeta casamento - de grande tamanho em termos de planetas, mas ofuscado pelo sol - em sua órbita adequada e no seu campo gravitacional de suporte a vida. O casamento não significa meramente uma sociedade frutífera. O casamento é para nos mostrar Jesus e seu poder de mudar o mundo.

No livro "Casamento Temporário"¹, John Piper reconhece que ele deixa de falar muito sobre os bons efeitos do casamento. Mas há um plano nisso. Os problemas vêm quando nós focamos em nosso casamentos como o grande remédio para os problemas da sociedade, ao invés da graça do Noivo para quem o casamento aponta.

"Focar nos efeitos pragmáticos do casamento mina o próprio poder do casamento para alcançar os efeitos desejados. Em outras palavras, por causa de todos esses benéficos efeitos práticos, nós não devemos focar neles. Esse é o modo de vida que foi designado por Deus para funcionar. Faça d'Ele e da glória do Seu filho o centro, e você obtém os efeitos práticos inclusos. Faça dos efeitos práticos o centro e você perde ambos.

[...] quero que as pessoas florescam em todos os sentidos. Quero que os pobres levantem-se em alegria, auto sustento, trabalho produtivo e famílias estáveis. Portanto, por causa destes bons efeitos do casamento, que seja anunciado com alegria que há razões para o casamento que são muito mais importantes.

O casamento não é principalmente a respeito de prosperar economicamente; é sobre exibir a contínua aliança de amor entre Cristo e Sua igreja. Conhecer a Cristo é mais importante do que ganhar a vida. Entesourar Cristo é mais importante do que criar filhos. Estar unido a Cristo pela fé é uma fonte maior de sucesso no casamento do que sexo perfeito e prosperidade com renda em dobro.

Se nós fizermos das coisas secundárias o primárias, elas cessam de ser secundárias e tornam-se idolatria. Elas tem seu lugar. Mas elas não estão em primeiro, e elas não estão garantidas [...].

Assim é com o casamento. Ele é um presente momentâneo. Ele pode durar uma vida inteira, ou pode ser arrebatado na lua de mel. De qualquer forma, ele é breve. Ele pode ter muitos dias ensolarados ou pode ser nublado. Se nós fizermos das coisas secundárias as primárias, nós vamos ser amargurados nas tristrezas que vamos enfrentar. Mas se nós decidirmos fazer do casamento, sobretudo, aquilo que Deus designou para ser, nem tristezas e nem calamidades podem ficar no nosso caminho. Cada um deles será, não um obstáculo para o avanço, mas um caminho para avançar. A beleza do amor pactual duradouro entre Cristo e Sua noiva brilha infinitamente mais quando nada além de Cristo pode sustentar isto".



| Notas:
| 1. Este livro foi publicado em português pela Ed. Cultura Cristã.


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Autor: David Mathis.
Tradutor: Thiago McHertt.
Texto Original: Desiring God Website.

Traga-o Para Jesus



"Certo dia, quando ele ensinava, estavam sentados ali fariseus e mestres da lei, procedentes de todos os povoados da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar os doentes. Vieram alguns homens trazendo um paralítico numa maca e tentaram fazê-lo entrar na casa, para colocá-lo diante de Jesus. ​Não conseguindo fazer isso, por causa da multidão, subiram ao terraço e o baixaram em sua maca, através de uma abertura, até o meio da multidão, bem em frente de Jesus" - Lc 5:17-19.

Hipócritas endurecidos nos impediriam de aproximar-nos de Jesus por nós mesmos. Estes "especialistas" que são tão cheios de si e de suas opiniões que não tem espaço para Jesus, ofereceriam-lhe uma versão filtrada do Senhor, filtrada pela descrença, tradição, vergonha e pelo partidarismo deles. Essas pessoas não são seus amigos nem amigos de Cristo. Eles estão olhando para si mesmos e desejam manter você debaixo do controle deles, de maneira que ao invés de compelirem você para a plenitude em Cristo, tornam você um bom "cãozinho" para o estabelecimento religioso e você ajuda a construir o pequeno reino deles.

Um bom ministro do evangelho, ou mesmo um bom amigo, ajudaria você a aproximar-se de Jesus Cristo por tudo que Ele tem para você. Ele diria para você ir até o fim. Alguém que tem verdadeira fé em Cristo diria a você sobre todas as bênçãos de Cristo, sobre todo o Seu poder que salva e cura. Em qualquer que seja a situação, ele nunca diria para você apenas sofrer pacientemente e suportar em silêncio, nunca diria a você que é uma falsa esperança esperar que Jesus o cure e abençoe como fez o Jesus da Bíblia.

Não! Eu digo a você, nunca é um falsa esperança confiar sua vida a Jesus Cristo.

O religioso hipócrita prega um Cristo conforme suas limitações, um Cristo conforme sua denominação e tradição teológica, um Cristo restrito a sua experiência, um Cristo conforme a pequena expectativa dele. Ele até mesmo conspiraria com os ímpios para assassinar um Cristo que se atreva a ultrapassar sua falsa teologia . Esse é o espírito dos fariseus. Esse é o espírito que não viria a Cristo e impediria outros de se achegarem a Ele.

Quanto a nós, não vamos trazer o povo para nossa estreita visão de Cristo, para o Cristo da nossa pequena fé, para o Cristo que faz-nos parecer sábios e consagrados, mas sim para o Cristo da Bíblia. O verdadeiro Jesus Cristo que viveu e andou sobre a terra e que agora está assentado a destra de Deus, governando e fazendo obras ainda maiores através do Seu povo. Deixemos nossas exposições apresentarem Jesus Cristo em toda a Sua glória, poder e todas as Suas bênçãos. Deixemos aqueles que nos ouvem crerem e alcançarem ainda mais do que nós mesmos alcançamos. Pois se nós não pregarmos nós mesmos, mas pregarmos Jesus Cristo - que está além de nós - então Ele pode levar alguns dos que nos ouvem a avançar além da nossa fé.

Aqui está a diferença. Um amigo de Cristo e um amigo dos homens ficaria feliz por isso. Enquanto ele esforça-se para aprender tudo sobre Cristo e receber todas as suas bênçãos, ele gostaria que você fizesse o mesmo e ajudaria a fazê-lo. Mas um religioso hipócrita nunca o deixaria ter um Cristo que está além do aprendizado e conquista dele. Ele afirma servir a Cristo, mas deseja manter o Senhor "na coleira", como um "cãozinho". Ele está com medo, inveja e cheio de ira assassina. Mas Jesus Cristo é maior do que ele, e ele não pode manter o Senhor numa jaula.

Portanto liberte-se das correntes da descrença religiosa e dos obstáculos da tradição; por cima da multidão, através do telhado, venha conhecer a Cristo em toda Sua plenitude e poder.


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Autor: Vincent Cheung.
Tradutor: Thiago McHertt.
Texto Original: Vincent Cheung Website.

fonte: http://www.firelandmissions.com/