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terça-feira, 18 de agosto de 2015

O Verbo se Fez Carne



Se alguém pedisse para você resumir a mensagem básica da fé cristã em somente um verso da Biblia, qual você escolheria? Talvez João 3:16? Romanos 5:8? Efésios 2:8? É certo que esta é uma pergunta injusta, pois nenhum verso da Escritura nos diz tudo o que Deus quer que saibamos sobre o Seu plano para nos redimir e salvar do pecado e da morte. Mas se eu fosse forçado a responder essa questão, o verso que eu escolheria seria João 1:14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

Esse verso descreve a encarnação, o fato central de toda a Biblia. Essa é a chave para o entendimento de tudo o mais que as Escrituras ensinam sobre Deus, os seres humanos, o sentido da história, o tempo e a própria vida. E o que a encarnação significa? Simplesmente isso: Que o único, eterno, Deus triúno de santidade e amor; o próprio Deus que criou o mundo e tudo nele há; Ele mesmo, o verdadeiro Deus, entrou no mundo que fez, e Ele fez isto na mais pessoal e íntima das formas - como um bebê em uma manjedoura, como um homem em um madeiro.

Jesus Cristo, o filho de Deus encarnado, foi assim um ser humano real e ainda, ao mesmo tempo, verdadeiramente divino, “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”¹, como os primeiros cristãos confessavam. A doutrina da encarnação é única entre as religiões do mundo, e isso difere o Cristianismo de todos os outros caminhos de salvação professados.

A doutrina da encarnação ensina que Jesus Cristo é o único filho do Pai celestial. Por meio de Sua vida, morte e ressurreição, Deus agiu de forma decisiva para resgatar homens e mulheres perdidos no pecado e egoísmo. Jesus não é apenas uma grande figura do passado, um homem de renome como Júlio César ou Napoleão. Ele está vivo hoje! Através da mensagem da Bíblia e do poder do Espírito Santo, Ele ainda convoca todas as pessoas em todos os lugares a abandonar seus pecados, crer n'Ele, seguí-Lo em suas vidas diárias, compartilhar seu amor com os outros e estar prontos para encontrá-Lo quando Ele vier de novo para trazer paz e justiça para a terra. Ser cristão é receber o perdão que Jesus oferece e confessá-Lo como seu Salvador e Senhor pessoal.

Embora os cristãos têm proclamado a mensagem da encarnação por 2.000 anos, ainda é um fato extraordinário, chocante para alguns, escandaloso para os outros. A encarnação significa que o cristianismo não pode ser reduzida para o seguinte:

Uma filosofia de vida: Jesus não é um Sócrates com uma barba, nem um Platão com um sotaque judaico. Ele não deu palestras sobre a natureza da realidade, a ciência do conhecimento ou a estrutura do universo.

Um código de comportamento: ​Ninguém recebe a vida eterna mantendo um certo conjunto de regras, seguindo as obras da lei ou fazendo o melhor que ele ou ela pode.

Um movimento político: Jesus não se juntou aos revolucionários políticos de sua época, e Ele permanece soberano sobre toda a política hoje.

A encarnação tem sido mal entendida e distorcida em dois opostos, mas em direções igualmente perigosas. De um lado, há aqueles que são tão enfáticos sobre a humanidade de Jesus que eles tem negado ou minimizado Sua divindade. Na Igreja primitiva, haviam aqueles que disseram que Jesus era meramente um grande mestre ou profeta que havia sido “adotado” por Deus para um status mais elevado, mais exaltado. Semelhantemente, hoje alguns negam o miraculoso elemento dos Evangelhos e descrevem Jesus como um mestre com palavras de sabedoria que nunca afirmou ser nada mais do que um sábio rabino.

Mas, quando os primeiros cristãos refletiram a vida de Jesus, perceberam que eles tinham estado em contato com a realidade e poder que só poderia ser entendida como a presença do próprio Deus no meio deles. Isso é o porque a Igreja Primitiva confessava nos batismos quando eles declaravam, “Kyrios Iesus Christos” - Jesus Cristo é o Senhor.

No outro lado estão aqueles que tem ido para o extremo oposto. Eles tem levantado a divindade de Jesus de tal forma que eles tem minimizado Sua humanidade. No segundo século, alguns gnósticos sustentavam uma visão de Cristo conhecida como docetismo (do grego dokeo: parecer ou aparecer). Eles pensavam que Jesus não teve um corpo humano real, Ele somente apareceu como um humano. No entanto, o Jesus que conhecemos nos Evangelhos é completamente humano, assim como é completamente divino. Ele sabe o que é a experiência de ter fome (Mt 4:2), sede (Jo 19:28), cansaço (Jo 4:6), tristeza (Jo 11:35,38) e agonia (Mc 14:32-42). Em uma certa ocasião Jesus mesmo reconheceu que Ele não sabia a data precisa do Seu retorno (Mc 13:32).

Alguns cristãos bem-intencionados hoje parecem quase envergonhados por estas marcas da humanidade de Jesus. No entanto, a doutrina da encarnação nos ensina que não há profundidade do sofrimento ou limitação que o Filho de Deus não estava disposto a aceitar por nós. Longe de nós pensar menos de Jesus, esta grande verdade bíblica deveria nos inspirar para elevá-Lo ainda mais.

Hebreus 4:14 fala-nos que Jesus, agora nos céus, é o nosso Sumo Sacerdote. Existe dois enormes benefícios que todos os crentes recebem por ter tal mediador fiel à direita do Pai.

Primeiro, nós temos um amigo, um advogado que está com o Pai e que compreende as nossas fraquezas e tentações, visto que Ele também foi posto à prova de todas as formas que podemos ser postos à prova. Diferente de nós, Ele nunca rendeu-se as tentações. Mas Ele sabia o que era ter o sussurro do diabo em seu ouvido, ser traído por um discípulo e negado por outro, tremer e gemer dentro de seu espírito e enfrentar as hostes do inferno em um momento de crise. Portanto, “não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” - Hb 4:15.

Segundo, porque o Cristo encarnado é verdadeiramente humano assim como plenamente divino, temos uma porta aberta através da oração para o próprio coração de Deus. Podemos chegar com confiança diante do trono da graça. Nós não seremos rejeitados, mandados embora ou mesmo nos sentiremos indesejados. Em nossos momentos de maior necessidade vamos encontrar misericórdia e graça em Cristo, cujos braços foram abertos na cruz - como se quisesse abraçar o mundo todo - e está agora no céu com os braços ainda estendidos. Suas mãos com as marcas dos cravos ainda acenam, "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados” - Mt 11:28-30.

Na Idade Média, Anselmo, um grande teólogo, perguntou: "Por que Deus tornou-se homem?", em um hino chamado, “There is a Green Hill Far Away”, Cecil Frances Alexander dá esta resposta:

"Não havia outra bondade suficientepara pagar o preço do pecado,somente Ele poderia abrir o portãodo céu, e nos deixar entrar."

Agora no céu, Jesus nosso Redentor, uma pessoa em duas naturezas, tendo pago o preço por nossos pecados pela Sua morte substitutiva na cruz, por meio de Seu Espírito nos dá a Sua presença e poder. Diante de um salvador tão maravilhoso, a teologia torna-se doxologia²? Nós cantamos nas palavras do conhecido cântico de Natal:

"Velado na carne a divindade seguiu até o fim,Salve a divindade encarnada!Desejou como homem com o homem habitar,
Jesus, nosso Emmanuel!”.



| Notas:
| 1. Citado a partir do Credo Niceno-Constantinopolitano.
| 2. Expressão de louvor a Deus. Literalmente, "palavra de glória".


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Autor: Timothy George.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: Beeson Divinity School Website.

Missões Mundiais: O Propósito, a Promessa e o Preço



O propósito de missões é espalhar uma paixão pela supremacia de Deus entre grupos onde não há igreja nativa ou evangelizadora. Isto supõe algo sobre “discípulos” e algo sobre “nações”.

Estes termos são usados em Mateus 28 verso 19: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações”. O que eu afirmo como “discípulos” é que eles são pessoas quem têm visto “a glória de Deus na face de Cristo” - 2Co 4:6 - , e aqueles que acalentam “Deus em Cristo” como o supremo valor de suas vidas - Fp 3:8.

O que eu afirmo como "nações", é que elas não são geográficas, países divididos politicamente, mas são “tribos, línguas, povos e grupos étnicos” - Ap 5:9; 7:9. Baseado nestas duas afirmações, então, o propósito de missões é espalhar a paixão pela supremacia de Deus entre grupos de pessoas onde não existe igreja nativa ou evangelizadora.

De acordo com um grupo de pesquisa - Joshua Project, 2000 - em Junho deste ano existiam 579 povos no mundo com população acima de 10.000 pessoas, que não têm nenhum esforço missionário para plantação de igreja entre eles.

Em Julho de 1997, o Global Consultation on World Evangelization [Consulta Global sobre Evangelização Mundial] reuniu-se em Pretória, na África do Sul, com o resultado de que todos, com exceção de 172 destes povos, foram alvos de agências missionárias. Isto é um progresso notável em direção ao cumprimento da real tarefa missionária da igreja.

Mas a verdadeira fonte de esperança em missões não são as estatísticas do homem; mas é a promessa de Deus. A saber, Mateus 24 verso 14: "E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações”. O “dever” de Deus é suportado por Sua onipotência. Este grande trabalho de espalhar a paixão por Deus entre grupos de pessoas onde não há igreja nativa ou evangelizadora não pode falhar. Esta é a grande esperança dos empreendimentos missionários. A Palavra de Deus não falhará.

Mas o preço será muito alto. Não tão alto que isto não valha a pena. Mas muito alto. Jesus expressa isto em Mateus 24 verso 9: "Vocês serão odiados por todas as nações por causa do meu nome". O propósito e a promessa não acontecerão sem o custo da oposição e do sofrimento. Na realidade, o preço não é apenas o resultado mas a estratégia do propósito. Deus tem um certo número de mártires agendados - Ap 6:11. Jesus disse que quando você for preso e levado a presença de governadores, “será para vocês uma oportunidade de dar testemunho” - Lc 21:13. O propósito, a promessa e o preço estão todos unidos.

Você percebeu a frase, “todas as nações”, no propósito, na promessa e no preço?

O propósito: “Faça discípulos de todas as nações”.
A promessa: “Este evangelho [...] será pregado [...] para todas as nações”.
O preço: “Vocês serão odiados por todas as nações”.

Eu chamo todos vocês novamente com Hebreus 13 verso 13: “Saiam para fora do acampamento, suportando a Sua desonra”. O que isto tem a ver com você? Isto tem a ver com “todas as nações”.


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Autor: John Piper.
Tradutor: Thiago McHertt.
Texto Original: Desiring God Website.

Salvação: Como Ter Certeza Absoluta?



Algum tempo atrás, em um vôo para Oregon, eu me sentei ao lado de uma mulher que perguntou onde eu estava indo. "Sisters, Oregon", eu respondi. "Você sabe onde é?"

Assegurando-me de que ela sabia, a mulher perguntou: "O que você tem para fazer lá?"

Depois que eu disse que eu estava escrevendo um livro sobre como podemos ter certeza de que vamos para o céu, maravilhada ela perguntou: "Você quer dizer que pode se ter certeza que está indo para o céu?"

Quando percebi que Deus tinha aberto uma porta para mim partilhar com ela sobre Cristo, enfatizei que com certeza podemos saber nosso destino eterno, dizendo: "Nós podemos correr o risco de estarmos errados sobre irmos para Sisters, Oregon, mas não sobre estarmos indo para o céu".

Como podemos ter certeza? A verdade é, que podemos ter certeza sobre onde passaremos a eternidade. Nós podemos saber com convicção que quando morrermos vamos para o céu.

Mas como podemos ter certeza? Muitas pessoas lutam com a certeza da sua salvação, especialmente os novos convertidos.

Como podemos saber qual é a nossa posição diante de Deus? A Bíblia ensina que a certeza da salvação repousa firmemente sobre quatro pilares inabaláveis:

1º Pilar: Deus Não Pode Mentir

Primeiro, a segurança é baseada na confiabilidade absoluta das Escrituras. Por todo o Novo Testamento, lemos as promessas de Deus de salvar todos os que crerem em Seu Filho. A Bíblia diz: "porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" - Rm 10:13. Esta é uma promessa! Todos os que confiaram suas vidas a Jesus Cristo podem ter a firme certeza da salvação baseada na infalibilidade da Palavra de Deus.

Jesus disse: "Todo o que o Pai me der virá a Mim, e quem vier a Mim Eu jamais rejeitarei" - Jo 6:37. Se você vir a Jesus com genuíno arrependimento e fé, Ele promete que Ele te salvará. Podemos saber que Jesus nos recebeu simplesmente porque Ele disse isso! Quando a Bíblia fala, Deus fala. E o que Deus disse, Ele certamente irá cumprir. Ele salvará todos os que invocam Jesus Cristo. Você tem a Palavra Dele.

2º Pilar: Jesus Pagou Por Tudo

Segundo, a segurança repousa sobre a obra consumada de Jesus Cristo. Quando Jesus morreu na cruz, Ele carregou as nossas iniqüidades, suportando a ira de Deus, e clamou: "Está consumado!" - Jo 19:30. Com isso, Ele quis dizer que a expiação completa por todos os pecados do passado, presente e futuro está concluída.

Com a Sua obra de redenção já completa, toda a nossa dívida do pecado está integralmente paga.

Assim como a salvação vem por acreditar em Cristo somente, o mesmo acontece com a segurança. Assim como confiamos no sacrifício perfeito de Cristo pelos nossos pecados, a certeza da vida eterna inunda nossos corações. Não importa o quão grande é o seu pecado, a graça de Deus é ainda maior. A Bíblia diz: "Venham, vamos refletir juntos [...] Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão" - Is 1:18.

3º Pilar: O Grande Convencedor

Terceiro, a segurança vem através do testemunho interior do Espírito Santo. A segurança, que é uma dádiva divinamente produzida, é concedida pelo Espírito de Deus a todos os verdadeiros crentes. É o ministério do Espírito Santo convencer nossos corações sobre nossa salvação. Na realidade, nenhum pregador, evangelista, pai ou amigo pode nos dar esta segurança. Nem podemos construí-la dentro de nós mesmos. Apenas o próprio Espírito Santo pode nos dar a certeza absoluta da nossa salvação eterna.

A Bíblia diz: "Sabemos por isso que Ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu" - 1Jo 3:24 - "Nisto conhecemos que permanecemos n'Ele, e Ele em nós, porque Ele nos deu de Seu Espírito" - 1Jo 4:13 - "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" - Rm 8:16. Isto significa que o Espírito Santo que nos convenceu do pecado, nos chamou e converteu, também nos convence de que pertencemos a Cristo. É o testemunho interior do Espírito que nos convence da autenticidade da nossa salvação.

4º Pilar:  Nova Vida Em Cristo

Quarto, a segurança vem através da evidência de uma vida transformada. Em última análise, a segurança é confirmada dentro de nós assim que vemos Deus conformando-nos à imagem de Jesus Cristo. Todos os que nasceram de novo verão claras evidências de uma nova vida em Cristo. Embora  nós nunca sejamos perfeitos nesta vida, nós vamos, no entanto, experimentar uma vida transformada. É essa transformação interior que nos fornece uma firme confirmação da nossa salvação.

A carta de primeira João detalha quais são os sinais vitais de nossa nova vida em Cristo. O apóstolo João escreveu: "Sabemos que O conhecemos, se obedecemos aos Seus mandamentos” - 1Jo 2:3. Em outras palavras, podemos estar certos de que conhecemos Cristo assim que vemos dentro de nós uma desejosa e pronta obediência para com a Palavra de Deus. Da mesma forma, João escreve que outros sinais vitais se seguirão: amor por outras pessoas - v.1Jo 2:9-11 - amor a Deus - v. 1Jo 2:12-14 - rejeição ao mundo - v. 1Jo 2:15-17 - compreensão da verdade bíblica - v. 1Jo 2:20-27 - comportamento justo - v. 1Jo 3:4-6 - oposição do mundo - v. 1Jo 3:13 - e a oração respondida - v. 1Jo 3:22-24. Assim que vermos este fruto espiritual sendo produzido em nossas vidas, podemos estar confiantes de que Cristo vive em nós.

A completa segurança da salvação. Aqui estão quatro pilares firmes nos quais a segurança da nossa salvação repousa. Dando-nos a “completa certeza da esperança” - Hb 6:11 - com respeito ao nosso relacionamento pessoal com Jesus Cristo, esses pilares proporcionam uma inábalavel convicção da vida eterna.

Assim como partilhei com a mulher no avião, nós podemos estar errados com respeito as direções terrenas, mas não sobre nosso destino eterno. Nós devemos ter certeza da nossa salvação. A certeza da salvação é um abençoado dom de Deus para todo aquele que crê: "Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que crêem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna" - 1Jo 5:13.

Tenha certeza absoluta!


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Autor: Steven Lawson.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: One Passion Ministries.
http://www.firelandmissions.com/

A Soberania de Deus e o Evangelismo




Muitas pessoas lutam com a soberania de Deus na eleição, porque acreditam que ela exclui a prática do evangelismo. Elas se perguntam: se as pessoas são ou não eternamente eleitas, que bem fará a pregação? Que diferença fará? No entanto, como a Escritura ensina, a soberania de Deus na eleição e a prática do evangelismo não são inimigas, mas amigas. O evangelismo está enraizado na eleição, e enquanto o homem planta e rega a semente do evangelho, Deus traz o crescimento.

Os Meios e os Fins

A soberania de Deus na salvação é mais clara e nitidamente vista no ensino da Escritura sobre a eleição. A eleição é "incondicional", isto é, a escolha de Deus não se baseia em nada de bom ou meritório do escolhido, algo louvável que tencione ou influencie Deus em sua escolha. Ao invés disso, a escolha de Deus é feita exclusivamente com base na Sua boa vontade.

Pode parecer que essa escolha faz qualquer atividade humana desnecessária. Como poderia uma criatura afetar algo? Mas considere este simples exemplo: suponha que Deus quer eternamente que você receba uma carta minha. Para que isso ocorra, outras coisas devem acontecer primeiro. Obviamente, eu devo escrever a carta, e em seguida dar um jeito de entregar a carta para você. Essas atividades - a escrita e o envio da carta - não acontecem à parte da vontade e propósito do Deus Todo Poderoso, mas como parte de Sua vontade e propósito. Elas são meios para o fim: você receber uma carta minha.

O que isso mostra? Mostra que nos desígnios divinos, meios e fins estão conectados. Talvez, ao eleger pessoas "em Cristo", Deus poderia ter imediatamente os glorificado. Mas de acordo com a Escritura, Ele não escolheu fazer isso. Em vez disso, ele usa meios. Ele nos apresenta as boas novas da salvação. Como Ele faz isso? Ele com certeza poderia ter feito isso transmitindo as boas novas de forma imediata à mente de alguém através de um sonho ou um "sussurro". Mas, na verdade, Ele o faz pela dupla ação da "Palavra" e do "Espírito".

A Escritura tem várias maneiras diferentes de deixar isso claro. Nos Evangelhos, tem a parábola do semeador: "Eis que o semeador saiu a semear". A semente é a Palavra, os vários tipos de solo são os diferentes tipos de corações. "Quanto ao que foi semeado em boa terra, este é aquele que ouve a palavra e a compreende. Ele dá fruto" - Mt 13:23. Portanto, existe a semente semeada, e existe fruto, de acordo com o tipo de solo. E isso representa ouvir a Palavra, entendendo-a, e sendo frutífero. Ninguém pode "entender" a Palavra sem ela ter sido "semeada" primeiro.

Aqui está um segundo exemplo. Vejamos as palavras da Grande Comissão encontrada no final do evangelho de Mateus: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo que eu vos tenho mandado" - Mt 28:19-20. Jesus instrui ou ordena aos Seus onze discípulos para "fazerem discípulos". E como eles farão isso? "Ensinando-os [as pessoas de todas as nações] a observar tudo o que vos tenho ordenado". Discipulado vem através do ensino que Cristo ordenou aos Seus primeiros discípulos.

Paulo usa uma linguagem muito semelhante a de Cristo na parábola do semeador quando descreve seu ministério, tanto a importância quanto as limitações deste, ele escreve: "Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento" - 1Co 3:6. O que ele está dizendo aqui? Que ele semeou a semente e seu companheiro o pregador Apolo acompanhou e - por meio do que ele ensinou - "regou" o que Paulo havia semeado. Mas quem fez crescer? Só Deus, através do Seu Espírito, deu vida - entendimento, fé e obediência - àqueles que se tornaram crentes em Corinto.

Da mesma forma, outras coisas que Paulo escreve ecoam o ensino da Grande Comissão de Jesus. Por exemplo, em Romanos capítulo dez, Paulo discute a relação entre invocar a Cristo, a confiar nele, e pregar a necessidade de rogar pelo Salvador:

"Como, pois, invocarão aquele em quem não creram?
E como crerão naquele de quem não ouviram falar?
E como ouvirão, se não houver quem pregue?
E como pregarão, se não forem enviados?"
- Rm 10:14-15.

As perguntas de Paulo respondem a si mesmas: sem a fé não haverá súplica; sem o ouvir não haverá fé; sem a pregação não há como ouvir e sem o envio não haverá pregação.

Todas estas passagens têm uma coisa em comum. Elas revelam a conexão, conexão estabelecida na sabedoria de Deus, entre comunicar o evangelho através da pregação - semeando, ensinando, chamando e regando - e a crença - fé e invocação do Senhor, a conversão a Cristo em seus diversos aspectos. Portanto, sob circunstâncias normais, a pregação e o ensino são os meios indispensáveis ​​do Senhor para trazer homens e mulheres à fé em Cristo. É claro que apenas a pregação não é suficiente. O próprio Deus deve preparar o coração, e pelo Seu Espírito só Ele pode "dar o crescimento". Mas Ele normalmente o faz "pela Palavra" proclamada pelos ministros do evangelho.

Eleição

Há uma passagem que acima de todas as outras na Bíblia claramente estabelece o âmbito desta interação entre meios e fins, a eleição de um lado e a glorificação de outro. Em Romanos capítulo oito, Paulo ensina que o propósito final de Deus para o Seu povo é a sua conformidade à imagem de Seu Filho. Como devemos entender isso?

A resposta de Paulo leva primeiramente o leitor de volta para "aqueles que são chamados segundo o seu propósito" (v. 28). Estes, segundo ele, são pré-conhecidos por Deus. Isto é, Ele sabe antes de nascerem quem são essas pessoas, pois Ele os escolheu. E Ele os predestina para serem conformes à imagem de seu Filho, Jesus Cristo (v.29). E o que esta predestinação envolve?

"E aos que predestinou, também os chamou, e aos que chamou, também os justificou, e aos que justificou, também os glorificou" (v. 30). Em poucas palavras, o apóstolo leva o leitor de eternidade a eternidade. Para enfatizar a certeza e a plenitude desse processo, Paulo usa o verbo no passado, como se todos os santos já estivessem desfrutando da glorificação. Mas para o nosso objetivo, precisamos destacar duas palavras que são essenciais e importantes: chamou e justificou. Elas salientam a necessidade do eleito de ser glorificado através da ação do Espírito de tirá-los da escuridão espiritual - o novo nascimento - e a necessidade deles mudarem sua condição, uma vez que seus pecados foram perdoados e a justiça de Cristo é imputada a eles.

Quando essas mudanças, regeneração e justificação, ocorrem? A resposta é: durante a vida terrena dos homens e mulheres. Por quais meios? Pela comunicação e apresentação do evangelho através da pregação e do ensino. Além disso, essas mudanças ocorrem pela ação soberana de Deus, o Espírito Santo, que abre os olhos para a compreensão, renova a vontade, concede o arrependimento e a fé que justifica, e permite o crescimento da virtude cristã, isto é, a santificação.

Vendo por Outro Lado

Assim, a pregação é normalmente um meio indispensável para chamar os eleitos de Deus. De forma paralela, ouvir e fazer esforço para compreender a pregação do evangelho é indispensável. Não faz sentido algum dizer: "Ou eu sou eleito ou não sou. De qualquer maneira, não há porquê ouvir uma boa pregação. Pois, se eu sou eleito, de um jeito ou de outro Deus vai me levar para o céu. E se eu não sou, eu posso encontrar maneiras melhores de gastar o meu tempo do que indo à igreja". Jesus, por exemplo, destacou a importância de ouvir com atenção: "Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça" - Mt 13:43. O que Jesus queria dizer? Que devemos ouvir atentamente, com o objetivo de adquirir "entendimento". Depois de Sua ressurreição, Jesus passou um tempo abrindo o entendimento dos discípulos para compreenderem a Escritura (v. Lc 24:45). Se estamos confusos e perplexos, devemos continuar a examinar a Escritura com todas as nossas forças - uma vez que que a Escritura interpreta a Escritura - e rogar a Jesus por entendimento. Paulo conta como os cristãos de Tessalônica vieram a fé em Cristo da seguinte forma: "Quando você recebeu a palavra de Deus, que de nós ouvistes, a recebestes, não como palavra de homens, mas como aquilo que realmente é, a palavra de Deus" - 1Ts 2:13.

A linha de raciocínio que diz: "Ou eu sou eleito ou não, de qualquer forma, é inútil atentar à Palavra de Deus", comete o mesmo erro da crença de que a eleição eterna de Deus faz a pregação desnecessária. Eles separam o fim da eleição - a renovação na imagem de Cristo - dos meios de comunicar o evangelho através da pregação e as outras maneiras que Deus ordenou. Isso divide o que Deus tem, de fato, unido. "O que Deus uniu não separe o homem".


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Autor: Paul Helm.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: Ligonier Ministries.

O Dever de Pregar o Evangelho



Existem aqueles que representam erroneamente a doutrina da eleição desta maneira:

Aqui estou eu, sentado à mesa com minha família para o café. É uma noite fria de inverno e lá fora na rua estão alguns pobres mendigos famintos e crianças. Eles vêm, batem na porta e dizem:

- "Nós estamos com tanta fome Senhor. Oh, nós estamos com tanta fome e frio, estamos famintos, você não nos daria algo para comer?"
- "Dar à vocês algo para comer? Não! Vocês não pertencem a este lugar, saiam daqui".

Hoje em dia as pessoas dizem que isto é o que eleição significa. Deus serviu o banquete do evangelho e alguns pobres pecadores conscientes de sua profunda necessidade, vêm para Deus e dizem: "Tenha misericórdia de nós"; e o Senhor responde: "Não, vocês não estão entre os meus eleitos".

Agora meus amigos, este não é o ensino da Escritura, nem sequer algo parecido com isso. Absolutamente, esta é uma falsa representação da verdade de Deus. Eu não acredito em nada semelhante meus amigos, e eu não os insultaria pedindo-lhes que viessem noite após noite para escutar algo similar a isto.

1. Compele-os a Entrar

Então agora, aqui está a verdade. Deus serviu o banquete, mas o fato é que ninguém está com fome, ninguém quer vir para o banquete e todos dão uma desculpa para se manterem longe do banquete. E quando eles são convidados a virem, eles dizem: "Não, nós não queremos" ou "Nós não estamos prontos ainda". Ora, Deus sabia disso desde o princípio, e se Deus não tivesse feito nada além de servir o banquete, cada cadeira à sua mesa ficaria vaga por toda eternidade!

Eu não tenho nenhuma hesitação em dizer que não há nenhum homem ou mulher nesta igreja hoje à noite, se não aqueles que deram desculpas, vez após vez, antes de se achegarem pela primeira vez a Cristo. Vocês são apenas como os outros. Vocês deram desculpas, assim como eu. E se Deus não tivesse feito nada além de servir o banquete, todas as cadeiras estariam vazias; por conta disto, o que vocês lêem na parábola de Lucas 14? Porque o banquete não estava cheio de convidados, Deus enviou Seus "servos". Oh, coloquem seus óculos. Não diz "servos", diz Deus enviou Seu "servo" e ordenou-Lhe que os "compelisse" a entrar, a fim de que Seu banquete estivesse cheio de convidados. Não existe nenhum homem ou mulher nesta igreja nesta noite, ou em nenhuma outra igreja, que algum dia se assentaria às bodas do Cordeiro, a não ser que tenha sido compelido a entrar - compelido por Deus.

Bem - você dirá - o que você quer dizer por "compelir"?

Eu quero dizer que Deus teve que subjugar a resistência da sua vontade. Deus teve que vencer a relutância de seu coração. Deus teve que sobrepujar seu amor pelos prazeres, os quais você amava mais do que a Deus, e seu amor pelas coisas deste mundo, as quais você amava mais do que a Cristo. Eu quero dizer que Deus teve que usar o Seu poder e trazer você.

Se qualquer um de vocês sabe alguma coisa de grego ou tem uma concordância Strong¹, observe o verbo no grego para "trazer" em João 6 verso 44: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia", isto significa "usar violência". Isto significa arrastar à força. Não existe um erudito em grego na face da terra, que possa contestar esta definição - no sentido de sustentá-la com provas. Essa é a mesma palavra do grego que é usada em João 21 quando eles arrastaram a rede para a praia quando cheia de peixes (v. 11). Eles tiveram de puxar com toda a força que tinham porque a rede estava cheia de peixes. Eles tiveram que arrastá-la, sim, meu amigo, e é assim que você foi trazido para Cristo.

Você pode não ter se conscientizado disto. Você pode não ter entendido dentro de si mesmo o que estava acontecendo. Mas cada um de nós era um rebelde contra Deus, lutando contra Cristo e resistindo a Seu Espírito Santo. Deus teve de aplicar força e derrotar esta resistência para trazer-nos aos nossos joelhos. E se qualquer um de vocês contestar esta forte linguagem, então eu estou aqui para te dizer que você não acredita no ensino da Escritura sobre a absoluta depravação do homem.

O homem está perdido, e o homem está morto em delitos e pecados, por natureza. Ouçam, não é simplesmente que o homem está doente e precisa de um pouco de medicamento. Não é simplesmente que o homem é ignorante e precisa de  um pouco de ensino. Não é simplesmente que o homem está fraco e precisa de um pouco de esperança. O homem está morto, morto em seus delitos e pecados, e somente um imenso poder vindo do céu, poderá ressuscitá-lo e trazê-lo da morte para a vida. Este é o evangelho em que eu creio, e eu não prego o evangelho porque eu creio que o pecador tem poder em si mesmo para responder à ele.

Bem - você dirá - então qual é a utilidade da pregação do evangelho se o homem está morto? Qual é a utilidade em pregá-lo?

Eu lhes contarei. Ouçam! Aqui estava um homem com uma mão mirrada, paralisada, e Cristo disse: "Estende a tua mão" - Lc 6v:10. Esta era a única coisa que ele não poderia fazer! Cristo disse para ele fazer uma coisa que era impossível em si mesma.

Bem - então você dirá - por que Cristo falou para ele estender a mão?

Porque o poder divino acompanhou a própria palavra que ordenou-lhe fazer isto! Poder divino  tornou isso possível. O homem não poderia ter feito isto por si mesmo. Se você pensa que ele poderia, você está prestes a ir parar no hospício. Eu não me importo quem você seja. Qualquer homem ou mulher aqui, que pensa que este homem era capaz de esticar seu braço paralisado pelo esforço de sua própria vontade, está prestes a ir parar no hospício!

Como pode o paralítico mover-se?

Bem, eu lhes darei algo mais forte do que isto. Vocês precisam de algo forte hoje, vocês precisam mais do que um leite fraco. Vocês necessitam de um alimento forte, um alimento sólido, se de alguma forma vocês querem ser edificados, crescerem e se tornarem fortes no Senhor e na força de Seu poder.

Aqui está um homem que está morto e enterrado, seu corpo já está em decomposição de modo que está cheirando mal. Lá estava ele na sepultura e então alguém veio na entrada da cova e disse: "Lázaro, sai para fora" -Jo 11:43. Se aquela pessoa fosse qualquer outra a não ser o próprio Deus manifestado em carne, ela provavelmente estaria lá até agora chamando: "Sai para fora". Qual, na face da terra, seria a utilidade de falar para um homem morto vir para fora? Nenhuma, a não ser que Aquele que proferisse esta palavra, tivesse o poder para fazer dela uma palavra útil.

Neste momento então meus amigos, eu prego o evangelho para pecadores, não porque o pecador tem algum poder em si mesmo para responder. Até mesmo porque, eu não acredito que algum pecador tenha capacidade em si mesmo. Mas Cristo disse: "As palavras que eu lhes disse são espírito e vida" - Jo 6v63. Pela graça de Deus, eu vou adiante pregando esta Palavra, porque esta é uma palavra de poder, uma palavra do Espírito, uma palavra de vida. O poder não está no pecador, está na Palavra, quando Deus, o Espírito Santo, deseja usá-la. E meus amigos, eu lhes digo com toda a reverência, se Deus me falasse neste Livro para ir e pregar para árvores - Sim Senhor; eu iria!

Deus uma vez disse a um de seus servos para ir e pregar para ossos, e ele foi. Eu me pergunto se você teria ido! Sim, este ato teve uma aplicação local como também uma futura interpretação profética.

2. Pregue o Evangelho a Toda Criatura

Neste momento a questão surge novamente: Por que nós devemos pregar o evangelho para toda criatura, se Deus elegeu apenas um determinado número para ser salvo?

A razão é porque Deus nos ordenou que o fizesse. Bem - você dirá - mas isto não me parece sensato visto que não tenho nada a ver com isso. Sua obrigação é obedecer a Deus e não discutir com Ele. Deus nos ordenou que pregássemos o evangelho a toda criatura, isto significa o que diz - Toda criatura -  e isto é algo sério.

Cada cristão nesta sala hoje à noite, ainda terá que responder a Cristo, o porquê de não ter feito tudo o que estava ao seu alcance para transmitir este evangelho a toda criatura! Sim, eu acredito em missões - provavelmente mais do que a maioria de vocês - e se eu pregasse para vocês sobre missões, provavelmente eu os acertaria com mais força do que eu os acertei até aqui.

A grande maioria do povo de Deus que professa acreditar em missões, está apenas brincando. Eu ouso dizer de nossas denominações evangélicas de hoje em dia, que nós estamos apenas brincando de missões - essa é a verdade. Pense nisto, neste séc. XX, quando viajar é tão fácil e barato, existem bíblias impressas em quase todas as línguas debaixo do céu; por que meus amigos - enquanto nós estamos sentados aqui nesta noite - quase metade da raça humana, nunca ouviu falar de Cristo? E nós  teremos que responder a Cristo por isso também²!

Você terá que responder e eu também. Oh sim, eu acredito na responsabilidade do homem. Eu não acredito no “livre-arbítrio” do homem, mas eu acredito na responsabilidade humana, e na responsabilidade dos cristãos em dobro. Creio que cada um de nós nesta noite, terá de encarar Cristo e olhar para seus olhos como uma chama flamejante e Ele nos dirá: "Eu confiei a você Meu evangelho. Este lhe foi confiado como uma 'responsabilidade'" - v. 1Ts 2:4 - É exigido dos mordomos que cada um se encontre fiel.

Oh meus amigos, nós estamos brincando com as coisas. Nós não temos levado a religião a sério, nenhum de nós. Nós professamos acreditar na vinda de Cristo e professamos acreditar que a razão do porquê Cristo não voltou ainda, é porque Sua igreja, Seu corpo, ainda não está completo. Acreditamos que quando Seu corpo estiver completo Ele voltará. Meus amigos, Seu “corpo” nunca, nunca estará completo até que o último de Seus eleitos seja chamado, e Seus eleitos são chamados por meio da pregação do evangelho, pelo poder do Espírito Santo. Se você verdadeiramente anseia que Cristo volte logo, então você deveria estar mais atento às suas responsabilidades em relação a levar ou transmitir o evangelho aos pagãos!

A palavra de Cristo - e esta é a palavra de Cristo para nós - é “'Ide por todo o mundo e pregai o evangelho”. Ele não diz: “Envie”. Ele diz: “Ide”. E você terá que responder a Cristo também, o porquê você não foi!

Bem - você dirá - você quer dizer que todos nós aqui, nesta noite, deveríamos ir para o campo missionário?

Eu não disse isso, eu não sou o juiz dos homens. Muitos de vocês aqui, nesta noite, tem uma boa razão que satisfará a Cristo do porquê vocês não foram. Ele lhes deu um trabalho para fazerem aqui. Ele os colocou em uma posição aqui. Ele os deu responsabilidades para serem executadas aqui. Mas cada cristão que é livre para ir, mas não vai, terá que responder à Cristo por isto também.

- “Ide por todo o mundo!”
Bem - então você dirá - onde eu devo ir?
- "Oh, isto é muito fácil".
- "Você disse fácil?"
- "Sim, eu quis dizer que é muito fácil!"

Nada é mais fácil no mundo do que saber onde você deve iniciar o trabalho missionário. Você tem esta resposta em Atos 1 verso 8: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, - que é a cidade onde eles estavam - em toda a Judéia - que é o estado onde a cidade se encontrava - e Samaria, - que é o estado vizinho - e até os confins da terra".

Se vocês desejam começar o trabalho missionário, vocês precisam começar em sua cidade³. Meus amigos, se vocês não  estão interessados na salvação dos chineses em Sidney, então vocês realmente não estão interessados na salvação dos chineses na China. E estão apenas enganando a si mesmos se pensam estar! Oh, eu estou dando nome aos bois esta noite.

Se vocês estão aflitos com relação as almas dos chineses na China, então vocês estarão igualmente aflitos com relação aos chineses aqui em Sidney. E eu me pergunto quantos neste prédio hoje, já fizeram algum esforço real para alcançar a China em Sidney com o evangelho.

Então eu me pergunto... Eu me pergunto quantos aqui, nesta noite, tem ido à Casa da Bíblia em Sidney e dito ao gerente: "Você tem algum Novo Testamento em chinês?" ou, "Você tem alguns evangelhos de João em chinês?" "Quanto custa a dúzia? E o cento?" Eu me pergunto quantos de vocês compraram mil ou cem, e então foram até as casas do bairro chinês e disseram: "Meu amigo, este é um pequeno presente que fará bem a sua alma se você lê-lo".

Ah, meus amigos, nós estamos brincando de missões, isso não passa de uma farsa, isso sim!

- "Ide" é a primeira ordem.
- "Ir onde?"
- "Àqueles ao meu redor."
- "Ir com o quê?"
- "O evangelho!"
- "Bem, você dirá, "mas por que eu deveria ir?"
- "Porque Deus lhe ordenou!"
- "Mas",você dirá, "qual é a utilidade de fazer isso se Ele escolheu apenas alguns?"
- "Porque o evangelho é o meio que Deus usa para chamar Seus próprios eleitos. Este é o porquê!"

Você não sabe, eu não sei, ninguém na terra sabe quais são os eleitos de Deus e quais não são. Eles estão espalhados pelo mundo, portanto nós devemos pregar o evangelho para toda criatura, para que o evangelho alcance aqueles que Deus selecionou entre suas criaturas⁴.


| Notas:
| 1. James Strong. Concordância Exaustiva - Léxico Aramaico Hebraico e Grego.
| 2. Este parágrafo foi reorganizado devido a uma digressão do pregador, porém seu sentido foi preservado.
| 3. Embora a ordem seja definitiva, seu desenvolvimento geográfico não o é necessariamente.
| 4. Sermão pregado em Sidney durante seu ministério na Austrália na década de 1920.


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Autor: Arthur W. Pink.
Tradutor: Thiago McHertt.
Texto Original: Providence Baptist Website.

O Problema de Focar no Casamento



Focar no seu casamento pode ser uma boa coisa. E isso pode realmente bagunçar tudo.

Isso depende do tipo de foco você está dando. Se isso envolver uma sessão extra de atenção, consciência e investimento, para aprofundar as raízes ou para curar - e então para melhor refletir Jesus e Sua noiva - isso pode ser uma dádiva. Muitos de nós temos lucrado com épocas como essa, e talvez deveríamos fazer isso com mais freqüência.

Porém há um outro tipo de foco no seu casamento - e em particular, os bons efeitos do casamento - que podem verdadeiramente roubar o casamento do seu poder para transformar o mundo designado por Deus.

Os Maravilhosos Efeitos do Casamento

Casamento é uma extraordinária realidade, a qual frutifica extraordinariamente não apenas na igreja, mas também na sociedade. É um trágico sinal de que um tsunami de dor está vindo quando a civilização começa a mexer com sua concepção de casamento.

Os bons efeitos incluem, entre outras coisas, beneficiar a saúde, emprego, aumentar os ganhos, o sucesso material dos filhos e até mesmo remediar a pobreza. O casamento sustenta incomparavelmente a balança social em benefício dos pobres, minorias e crianças.

Comece fazendo uma lista dos frutos, e irá parecer que os efeitos pragmáticos de casamentos sólidos são inesgotáveis. Mas o perigo espreita.

Quem Está no Centro

Deus não criou o casamento para ser o centro do universo na nossa vida, mas sim Seu eterno Filho. Ele quer nos dizer para termos nosso crucificado e ressurreto noivo no centro, e por causa do peso de Sua pessoa e obra, manter o planeta casamento - de grande tamanho em termos de planetas, mas ofuscado pelo sol - em sua órbita adequada e no seu campo gravitacional de suporte a vida. O casamento não significa meramente uma sociedade frutífera. O casamento é para nos mostrar Jesus e seu poder de mudar o mundo.

No livro "Casamento Temporário"¹, John Piper reconhece que ele deixa de falar muito sobre os bons efeitos do casamento. Mas há um plano nisso. Os problemas vêm quando nós focamos em nosso casamentos como o grande remédio para os problemas da sociedade, ao invés da graça do Noivo para quem o casamento aponta.

"Focar nos efeitos pragmáticos do casamento mina o próprio poder do casamento para alcançar os efeitos desejados. Em outras palavras, por causa de todos esses benéficos efeitos práticos, nós não devemos focar neles. Esse é o modo de vida que foi designado por Deus para funcionar. Faça d'Ele e da glória do Seu filho o centro, e você obtém os efeitos práticos inclusos. Faça dos efeitos práticos o centro e você perde ambos.

[...] quero que as pessoas florescam em todos os sentidos. Quero que os pobres levantem-se em alegria, auto sustento, trabalho produtivo e famílias estáveis. Portanto, por causa destes bons efeitos do casamento, que seja anunciado com alegria que há razões para o casamento que são muito mais importantes.

O casamento não é principalmente a respeito de prosperar economicamente; é sobre exibir a contínua aliança de amor entre Cristo e Sua igreja. Conhecer a Cristo é mais importante do que ganhar a vida. Entesourar Cristo é mais importante do que criar filhos. Estar unido a Cristo pela fé é uma fonte maior de sucesso no casamento do que sexo perfeito e prosperidade com renda em dobro.

Se nós fizermos das coisas secundárias o primárias, elas cessam de ser secundárias e tornam-se idolatria. Elas tem seu lugar. Mas elas não estão em primeiro, e elas não estão garantidas [...].

Assim é com o casamento. Ele é um presente momentâneo. Ele pode durar uma vida inteira, ou pode ser arrebatado na lua de mel. De qualquer forma, ele é breve. Ele pode ter muitos dias ensolarados ou pode ser nublado. Se nós fizermos das coisas secundárias as primárias, nós vamos ser amargurados nas tristrezas que vamos enfrentar. Mas se nós decidirmos fazer do casamento, sobretudo, aquilo que Deus designou para ser, nem tristezas e nem calamidades podem ficar no nosso caminho. Cada um deles será, não um obstáculo para o avanço, mas um caminho para avançar. A beleza do amor pactual duradouro entre Cristo e Sua noiva brilha infinitamente mais quando nada além de Cristo pode sustentar isto".



| Notas:
| 1. Este livro foi publicado em português pela Ed. Cultura Cristã.


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Autor: David Mathis.
Tradutor: Thiago McHertt.
Texto Original: Desiring God Website.

Traga-o Para Jesus



"Certo dia, quando ele ensinava, estavam sentados ali fariseus e mestres da lei, procedentes de todos os povoados da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar os doentes. Vieram alguns homens trazendo um paralítico numa maca e tentaram fazê-lo entrar na casa, para colocá-lo diante de Jesus. ​Não conseguindo fazer isso, por causa da multidão, subiram ao terraço e o baixaram em sua maca, através de uma abertura, até o meio da multidão, bem em frente de Jesus" - Lc 5:17-19.

Hipócritas endurecidos nos impediriam de aproximar-nos de Jesus por nós mesmos. Estes "especialistas" que são tão cheios de si e de suas opiniões que não tem espaço para Jesus, ofereceriam-lhe uma versão filtrada do Senhor, filtrada pela descrença, tradição, vergonha e pelo partidarismo deles. Essas pessoas não são seus amigos nem amigos de Cristo. Eles estão olhando para si mesmos e desejam manter você debaixo do controle deles, de maneira que ao invés de compelirem você para a plenitude em Cristo, tornam você um bom "cãozinho" para o estabelecimento religioso e você ajuda a construir o pequeno reino deles.

Um bom ministro do evangelho, ou mesmo um bom amigo, ajudaria você a aproximar-se de Jesus Cristo por tudo que Ele tem para você. Ele diria para você ir até o fim. Alguém que tem verdadeira fé em Cristo diria a você sobre todas as bênçãos de Cristo, sobre todo o Seu poder que salva e cura. Em qualquer que seja a situação, ele nunca diria para você apenas sofrer pacientemente e suportar em silêncio, nunca diria a você que é uma falsa esperança esperar que Jesus o cure e abençoe como fez o Jesus da Bíblia.

Não! Eu digo a você, nunca é um falsa esperança confiar sua vida a Jesus Cristo.

O religioso hipócrita prega um Cristo conforme suas limitações, um Cristo conforme sua denominação e tradição teológica, um Cristo restrito a sua experiência, um Cristo conforme a pequena expectativa dele. Ele até mesmo conspiraria com os ímpios para assassinar um Cristo que se atreva a ultrapassar sua falsa teologia . Esse é o espírito dos fariseus. Esse é o espírito que não viria a Cristo e impediria outros de se achegarem a Ele.

Quanto a nós, não vamos trazer o povo para nossa estreita visão de Cristo, para o Cristo da nossa pequena fé, para o Cristo que faz-nos parecer sábios e consagrados, mas sim para o Cristo da Bíblia. O verdadeiro Jesus Cristo que viveu e andou sobre a terra e que agora está assentado a destra de Deus, governando e fazendo obras ainda maiores através do Seu povo. Deixemos nossas exposições apresentarem Jesus Cristo em toda a Sua glória, poder e todas as Suas bênçãos. Deixemos aqueles que nos ouvem crerem e alcançarem ainda mais do que nós mesmos alcançamos. Pois se nós não pregarmos nós mesmos, mas pregarmos Jesus Cristo - que está além de nós - então Ele pode levar alguns dos que nos ouvem a avançar além da nossa fé.

Aqui está a diferença. Um amigo de Cristo e um amigo dos homens ficaria feliz por isso. Enquanto ele esforça-se para aprender tudo sobre Cristo e receber todas as suas bênçãos, ele gostaria que você fizesse o mesmo e ajudaria a fazê-lo. Mas um religioso hipócrita nunca o deixaria ter um Cristo que está além do aprendizado e conquista dele. Ele afirma servir a Cristo, mas deseja manter o Senhor "na coleira", como um "cãozinho". Ele está com medo, inveja e cheio de ira assassina. Mas Jesus Cristo é maior do que ele, e ele não pode manter o Senhor numa jaula.

Portanto liberte-se das correntes da descrença religiosa e dos obstáculos da tradição; por cima da multidão, através do telhado, venha conhecer a Cristo em toda Sua plenitude e poder.


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Autor: Vincent Cheung.
Tradutor: Thiago McHertt.
Texto Original: Vincent Cheung Website.

fonte: http://www.firelandmissions.com/

Deus Não Quer!



Em 2 Pedro 3:9 o apóstolo diz algo no sentido de que Deus "não quer que ninguém pereça". Este é o verso favorito de muitas pessoas, e um hino ou uma canção sacra já foi escrito com base nessas palavras.

O motivo pelo qual as pessoas gostam desse verso é que ele mostra a misericórdia de Deus; e sem a misericórdia de Deus todos nós estamos perdidos. Mas se esse verso ensina uma preciosa verdade, ele dever ser citado corretamente e por completo. Quando o diabo tentou Cristo, ele citou o Salmo 91, mas ele torceu o seu sentido, omitindo parte de uma frase e aplicando erroneamente o restante dele.

Semelhantemente, muitas pessoas que citam 2 Pedro 3:9 omitem a principal parte do verso e aplicam erroneamente o restante dele. Estes citam o verso como se ele dissesse: "Deus não quer que ninguém pereça". Então, uma vez que o Salmo 135:6 diz que "o Senhor faz tudo o que lhe agrada", e em Isaías 46:10 Deus diz "eu farei tudo o que me agrada", portanto ninguém está perdido e todas as pessoas são salvas. Deus não quer que ninguém pereça; Ele faz tudo o que lhe agrada; portanto Ele salva todas as pessoas.

No entanto, a Bíblia deixa claro que nem todo mundo é salvo. A Bíblia também deixa claro que Deus é onipotente e que Ele faz tudo o que lhe agrada. Por isso, deve haver algum erro de interpretação envolvido na omissão da principal parte deste verso de Pedro.

Seria melhor ler atentamente todo o capítulo sem omitir nada. Pedro está respondendo uma objeção à segunda vinda de Cristo. Os descrentes argumentam: Todas as coisas têm acontecido normalmente desde o início da criação; elas vão continuar seu curso natural; e nenhuma intervenção catastrófica ocorrerá para culminar a história.

Pedro responde que as coisas nem sempre seguiram o seu curso natural. Em uma ocasião Deus inundou o mundo e destruiu os ímpios. Portanto, a interpretação naturalista da história é errônea.

Essa resposta levanta outra pergunta. Por que Deus não envia Cristo imediatamente e destrói os ímpios? Essa pergunta pode ter sido feita por cristãos que estavam sofrendo perseguição. De qualquer forma, Pedro definitivamente se dirige aos cristãos e diz: O Senhor "é paciente para com vocês (a.v.: para conosco), não querendo que ninguém (de vocês, ou, de nós) pereça".

A palavra ninguém nessa passagem não se refere a ninguém em geral, mas a ninguém dos cristãos. A partir de outros textos na Bíblia, nós podemos dizer que Pedro ensina que o mundo continuará, e Cristo não retornará, até que todos aqueles que o Pai deu ao Filho na eternidade tenham vindo a Ele no tempo. Se o mundo acabar muito em breve, alguém escolhido no Amado antes da fundação do mundo perecerá. Deus não permitirá essa calamidade, pois Ele não quer que ninguém dos eleitos pereça.

Portanto, louvemos a imerecida misericórdia de Deus, que tarda o culminar catastrófico da história a fim de que o último dos eleitos seja salvo.


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Autor: Gordon Clark.
Tradutor: Thiago McHertt.
Texto Original: Gordon Clark Foundation.

Você Conhece o Deus Verdadeiro?



Você conhece o Deus Verdadeiro? Não o deus da imaginação do homem, mas o Deus da Bíblia? Essa é uma pergunta importante, porque Jesus nos ensina que a vida eterna é conhecer a Deus e Seu Filho, Jesus Cristo - Jo 17:3. Se você viverá com Deus para sempre nos céus, você precisa conhecê-Lo.

Se você está interessado em conhecer o Deus Verdadeiro, por favor considere as seguintes questões:

1. O Deus Verdadeiro

a) O Deus Verdadeiro é muito grande e glorioso. Ele é tão elevado e santo que nada em todo o mundo é comparado a Ele. Ele é o Deus Eterno, Todo-Poderoso, Onisciente e Imutável - Sl 113:4-6.

b) O Deus Verdadeiro é o Criador do mundo. Em seis dias, Ele criou os céus e a terra e tudo que nela contêm. Da mesma forma Deus também criou você - Gn 1.

c) O Deus Verdadeiro é o Sustentador do mundo. Ele sustenta cada criatura pelo Seu grande poder. Ele dá a você a vida, o folêgo a todas as coisas - At 17:25,28.

d) O Deus Verdadeiro é o Governador Absoluto do mundo. Ele faz Sua eterna vontade acontecer através do Seu grande poder. Deus é o seu Governador e Rei - Dn 4:34-35.

2. A Ordem de Deus

a) Visto que Deus é seu Criador, Sustentador e Governador, a quem você deve sua própria vida, Ele ordena que você reverencie a Ele como o único Deus Verdadeiro - Sl 33:8.

b) Deus exige que você adore e sirva a Ele com um coração cheio de gratidão por tudo que Ele tem feito por você - Sl 100.

c) Em reverência, você deve obedecer a lei de Deus assim dada nos Dez Mandamentos. Essa obediência deve ser completa e perfeita - Êx 20:3-17.

d) Essa obediência deve vir de um coração de amor. Você deve amar a Deus com todo o seu ser e você deve amar o seu próximo como a você mesmo - Mt 22:37-40.

3. A Queda do Homem

a) Entretanto, você não guarda os mandamentos de Deus por amor a Ele. Você é um pecador que falha em fazer o que Deus lhe ordena - Jó 7:20; 13:23;40:4.

b) Você não pode fazer nada verdadeiramente bom e agradável a Deus. Mesmo o melhor das suas obras são como trapo de imundícia para Deus - Rm 3:10-18.

c) Seus atos pecaminosos vem de um coração perverso. Você nasceu com uma natureza corrupta - Gn 6:5; Sl 51:5; Jer 17:9, 4.

d) Deus é o Santo que odeia o pecado e tem de punir os pecadores. Fora da graça de Deus, você será condenado para os tormentos eternos do inferno para sempre - Mt 13:49-50.

4. A Salvação de Deus

a) Deus é também o Salvador que enviou Jesus Cristo para o mundo para salvar pecadores de seus pecados e dos tormentos eternos do inferno - Is 43:11.

b) Em Sua morte, Cristo sofreu os tormentos do inferno no lugar de todos aqueles que crêem n'Ele. Através da Sua morte, Ele pagou o débito e ganhou para eles o perdão de seus pecados - 1Pe 3:18.

c) Cristo satisfez a ordem de Deus para os crentes através de um amor perfeito a Deus e de seguir a lei de Deus. Deus os considera justos em Cristo - Rm 5:19.

d) Cristo dá a vida espiritual para aqueles a quem Deus salva, de tal forma que eles crêem n'Ele. Eles conhecem a Deus e desfrutam da Sua comunhão. Eles viverão com o Deus Verdadeiro no céu para sempre.

5. A Fé Verdadeira

a) Você procura o perdão dos seus pecados, a justiça de Cristo e a eterna comunhão com o Deus Verdadeiro? Deus diz a você: "Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa" - At 16:31.

b) Creia que Deus é o seu Criador, Sustentator e Governador, que é digno do seu amor e adoração. Perceba que você é um pecador que tem falhado em cumprir o dever dado por Deus e que você precisa de salvação. Confie em Deus para salvá-lo de seus pecados através da morte expiatória e a ressurreição vitoriosa de Jesus.

c) A fé verdadeira fará com que você se arrependa de seus pecados. Você reconhecerá que é um pecador, lamentará sobre o seu pecado e rebelião contra Deus, e abandonará o seu pecado - Ez 18:30.

d) A fé verdadeira vai fazer você ser obediente. Ela fará com que você procure guardar os mandamentos de Deus e viva uma vida de gratidão a Ele - Tg 2:17-19.

e) A fé verdadeira acredita que a salvação não é obra do homem, mas o dom gratuito de Deus. O crente é salvo unicamente pela graça de Deus - Ef 2:8-9.

6. Você conhece?

Você conhece o Deus Verdadeiro e Seu Filho Jesus Cristo? Se não, obedeça a ordem de Deus para confiar em Cristo para sua salvação. Sem o conhecimento do Deus Verdadeiro, o qual vem através da fé, você não tem vida eterna mas terá de enfrentar os tormentos eternos do inferno.


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Autor: Angus Stewart.
Tradutor: Lidiane Cecilio.
Texto Original: CPRC Website.

Fonte:http://www.firelandmissions.com/

segunda-feira, 27 de julho de 2015

O Papado


O Papado — dos primórdios ao Renascimento

por

Alderi Souza de Matos



Desde uma perspectiva protestante, o papado não é uma instituição de origem divina, mas resultou de um longo e complexo processo histórico. As Escrituras não dão apoio a essa instituição como uma ordenança de Cristo à sua igreja. É verdade que o Senhor proferiu a Pedro as bem conhecidas palavras: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). Todavia, isto está muito longe de declarar que Pedro seria o chefe universal da igreja (o primado de Pedro) e que a sua autoridade seria transmitida aos seus sucessores (sucessão apostólica). As primeiras gerações de cristãos não entenderam as palavras de Cristo dessa maneira. Tanto é que em todo o Novo Testamento não se vê noção de que Pedro tenha ocupado uma função especial de liderança na igreja primitiva. No chamado “Concílio de Jerusalém”, narrado no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, isso não aconteceu, e o próprio Pedro não reivindica essa posição em suas duas epístolas. Antes, ele se apresenta como apóstolo de Jesus Cristo e como um presbítero entre outros (1 Pe 1.1; 5.1).


Mais difícil ainda é estabelecer uma relação inequívoca entre Pedro e os bispos de Roma. Os historiadores não vêem uma base absolutamente segura para afirmar que Pedro tenha estado em Roma, quanto mais para admitir que ele tenha sido o primeiro bispo daquela igreja. Ademais, é um fato bem estabelecido que não houve episcopado monárquico no primeiro século. As igrejas eram governadas por colegiados de bispos ou presbíteros (ver At 20.17, 28; Tt 1.5, 7).

Ao mesmo tempo, não se pode deixar de reconhecer que ainda na igreja antiga os bispos de Roma alcançaram grande preeminência, que em muitas ocasiões o papado prestou serviços crucialmente relevantes à igreja e à sociedade e que muitos papas foram homens de grande piedade, integridade moral, saber teológico e habilidade administrativa. Ao longo dos séculos, muitos dos principais eventos da história da igreja nas áreas da teologia, organização eclesiástica e relações entre a igreja e a sociedade tiveram conexão com a instituição papal. Originalmente, a palavra grega papas ou a latina papa foi aplicada a altos oficiais eclesiásticos de todos os tipos, especialmente aos bispos. A partir de meados do quinto século passou a ser aplicada quase que exclusivamente aos bispos de Roma. Foram múltiplos e complexos os fatores que levaram ao reconhecimento de que esses bispos detinham autoridade suprema sobre a igreja ocidental.

Em primeiro lugar, há que se destacar a importância crescente da igreja local de Roma desde o primeiro século. O livro de Atos dos Apóstolos termina com a chegada de Paulo a Roma. O apóstolo aos gentios escreveu a principal de suas epístolas a essa igreja e no segundo século surgiu uma tradição insistente de que tanto Paulo como Pedro, os dois apóstolos mais destacados, haviam sido martirizados naquela cidade. Além disso, já numa época remota, a igreja de Roma tornou-se a maior, a mais rica e a mais respeitada de toda a cristandade ocidental. Outro fator que contribuiu para a ascendência da igreja romana e do seu líder foi a própria centralidade e importância da capital do Império Romano. Ao contrário da região oriental, em que várias igrejas (Alexandria, Jerusalém, Antioquia e Constantinopla) competiam pela supremacia em virtude de sua antigüidade e conexões apostólicas, no Ocidente a igreja de Roma, desde o início, foi praticamente a líder inconteste. Outrossim, a partir de Constantino, muitos imperadores romanos fizeram generosas concessões àquela igreja, buscaram o conselho dos seus bispos e promulgaram leis que ampliaram a autoridade deles.

Outro elemento importante é que desde cedo a igreja romana e os seus líderes reivindicaram, direta ou indiretamente, certas prerrogativas especiais. No final do primeiro século (ano 96), o bispo Clemente enviou em nome da igreja de Roma uma carta à igreja de Corinto para aconselhá-la e exortá-la quanto a alguns problemas que esta vinha enfrentando. Um século depois, o bispo Vítor (189-198) exerceu considerável influência na fixação de uma data comum para a Páscoa, algo muito importante face à centralidade da liturgia na vida da igreja. As consultas entre outros bispos e Roma também datam de uma época antiga, embora a primeira decretal oficial (carta normativa de um bispo de Roma em resposta formal à consulta de outro bispo) só tenha surgido em 385, com o papa Sirício. Por volta de 255, o bispo Estêvão utilizou a passagem de Mateus 16.18 para defender as suas idéias numa disputa com Cipriano de Cartago. E Dâmaso I (366-84) tentou oferecer uma definição formal da superioridade do bispo romano sobre todos os demais.

Essas raízes da supremacia eclesiástica romana foram alimentadas pelas atividades capazes de muitos papas. No quinto século destaca-se sobremaneira a figura de Leão I (440-61), considerado por muitos “o primeiro papa”. Leão exerceu um papel estratégico na defesa de Roma contra as invasões bárbaras e escreveu um importante documento teológico sobre a pessoa de Cristo (o Tomo), que teve influência decisiva nas resoluções do Concílio de Calcedônia (451). Além disso, ele defendeu explicitamente a autoridade papal, articulando mais plenamente o texto de Mateus 16.18 como fundamento da autoridade dos bispos de Roma como sucessores de Pedro. Seu sucessor Gelásio I (492-96) expôs a célebre teoria das duas espadas: dos dois poderes legítimos que Deus criou para governar no mundo, o poder espiritual — representado pelo papa — tinha supremacia sobre o poder secular sempre que os dois entravam em conflito.

O apogeu do papado antigo ocorreu no pontificado do notável Gregório I ou Gregório Magno (590-604), o primeiro monge a ocupar o trono papal. Sua lista de realizações é impressionante. Ele supervisionou as defesas romanas contra os ataques dos lombardos, realizou complicadas negociações com o imperador bizantino, saneou as finanças da igreja e reorganizou os limites e responsabilidades das dioceses ocidentais. Ele foi também um dedicado estudioso das Escrituras. Suas exposições bíblicas, especialmente um comentário do livro de Jó, foram muito lidas em toda a Idade Média. Seus escritos sobre os deveres dos bispos deram forte ênfase ao cuidado pastoral como uma atividade prioritária. Ele reformou a liturgia, regularizou as celebrações do calendário cristão e promoveu a música sacra (“canto gregoriano”). Finalmente, Gregório foi um grande promotor de missões, enviando missionários para vários centros estratégicos do norte e do oeste da Europa e expandindo a área de jurisdição do papado.

Um momento especialmente significativo na evolução do papado ocorreu no Natal do ano 800, quando o papa Leão III coroou Carlos Magno como sacro imperador romano. A essa altura, a complexa associação dos elementos citados (e outros mais) havia criado uma situação na qual o bispo romano era amplamente considerado o principal personagem eclesiástico do Ocidente, bem como o representante do cristianismo ocidental perante o Oriente. Algumas décadas antes, o pai de Carlos Magno havia cedido à igreja os amplos territórios do centro e norte da Itália, que vieram a constituir os estados pontifícios. Isso fez dos papas governantes seculares como os demais soberanos europeus. Por vários séculos, os papas teriam um relacionamento estreito e muitas vezes altamente conflitivo com esses soberanos. Mas a sua autoridade como líderes máximos da igreja ocidental não seria questionada.

O papado teve também seus períodos sombrios, marcados por imoralidade e corrupção. Um desses períodos foi entre o final do século IX e o início do século XI, quando a instituição papal foi controlada por poderosas famílias italianas. A história revela que um terço dos papas dessa época morreu de forma violenta: João VIII (872-882) foi espancado até a morte por seu próprio séquito; Estêvão VI (885-891) foi estrangulado; Leão V (903-904) foi assassinado por seu sucessor, Sérgio III (904-911); João X (914-928) morreu asfixiado; e Estêvão VIII (928-931) foi horrivelmente mutilado, para não citar outros fatos deploráveis. Parte desse período é tradicionalmente conhecida pelos historiadores como “pornocracia”, numa referência a certas práticas que predominavam na corte papal.

A partir de meados do século XI, surgiram vários papas reformadores, que procuraram moralizar a administração da igreja, lutando contra diversos males que a assolavam. O mais notável foi Hildebrando ou Gregório VII (1073-1085), que notabilizou-se por sua luta contra a simonia, ou seja, o comércio de cargos eclesiásticos, e ficou célebre por sua confrontação com o imperador alemão Henrique IV. Ele escolheu como lema do seu pontificado o texto de Jeremias 48.10: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente”. Todavia, o ápice do poder papal ocorreu no pontificado de Inocêncio III (1198-1216), considerado o papa mais poderoso de todos os tempos, aquele que, mais do que qualquer outro, concretizou o ideal da “cristandade”, ou seja, uma sociedade plenamente integrada sob a autoridade dos reis e especialmente dos papas. Ele foi o primeiro a usar o título “vigário de Cristo”, ou seja, o papa era não somente o representante de Pedro, mas do próprio Senhor. Seus sucessores continuaram por algum tempo a fazer ousadas reivindicações de autoridade sobre toda a sociedade, sem contudo transformá-las em realidade como o fizera Inocêncio.

Novo período de declínio e desmoralização do papado ocorreu no século XIV e início do século XV. Primeiro, os papas moraram na cidade de Avinhão, ao sul da França, por mais de setenta anos (1305-1378), colocando-se sob a influência dos reis franceses. Esse período ficou conhecido como “o cativeiro babilônico da igreja”. Em seguida, por outros quarenta anos (1378-1417), houve dois e, finalmente, três papas simultâneos (em Roma, Avinhão e Pisa), no que ficou conhecido como “o grande cisma”. Essa situação embaraçosa foi sanada por vários concílios reformadores, especialmente o de Constança, que reivindicaram autoridade igual ou mesmo superior à dos papas. Em reação, estes reafirmaram ainda mais enfaticamente a sua autoridade suprema sobre a igreja.

O final do século XV e início do XVI testemunhou o pontificado dos chamados “papas do Renascimento”, os quais, ao contrário de muitos de seus predecessores ou sucessores, tiveram escassas preocupações espirituais e pastorais. Como papa Alexandre VI (1492-1503), o espanhol Rodrigo Borja dedicou-se prioritariamente a promover as artes e a embelezar a cidade de Roma; Júlio II (1503-1513) foi um papa guerreiro, comandando pessoalmente o seu exército; e Leão X (1513-1521) teria dito ao ser eleito: “Agora que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo”. Foi ele quem despertou a indignação do monge agostiniano Martinho Lutero ao autorizar a venda de indulgências para concluir as obras da Catedral de São Pedro. O resultado dessa indignação é conhecido de todos.




Sobre o autor: Alderi Souza de Matos, doutor em história da igreja, é historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.
 
Fonte: Revista Ultimato.


Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com

Os Cinco Pontos Do Calvinismo


João Calvino e Os Cinco Pontos Do Calvinismo

Rev. André do Carmo Silvério

É muito comum se ouvir falar sobre “Os Cinco Pontos do Calvinismo”. Eu mesmo, quando me tornei aluno da classe de catecúmenos, com a finalidade de ser membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, lembro-me de ouvir por várias vezes falar sobre esse assunto. 


Contudo, meu raciocínio não era outro, senão, o de achar que o autor destes pontos era de fato o próprio reformador do século XVI: João Calvino. Mas somente no Seminário pude ter um contato mais próximo com obras literárias que falavam sobre o assunto, e, desta forma, creio ter sido esclarecido sobre o que realmente vem a ser “Os Cinco Pontos do Calvinismo”. 

Portanto, o objetivo deste pequeno artigo é esclarecer de forma simples quem de fato escreveu os chamados “Cinco Pontos do Calvinismo”, por qual razão e porque eles são “cinco pontos” ao invés de sete ou dez. Além disso, procuraremos destacar a sua relevância para a nossa teologia. 


1. Autoria 
Ao contrário do que muitos pensam, não foi João Calvino quem escreveu “Os Cinco Pontos do Calvinismo”. Talvez algumas pessoas ficarão impressionadas com esta afirmação. No entanto, a magna pergunta que se faz é: Se não foi Calvino, quem foi então? “Estes cinco pontos foram formulados pelo Sínodo de Dort, Sínodo este convocado pelos estados Gerais (da Holanda) e composto por um grupo de 84 Teólogos e 18 representantes seculares, entre esses estavam 27 delegados da Alemanha, Suíça, Inglaterra e outros países da Europa reunidos em 154 Sessões, desde 13 de novembro de 16 18 até maio de 1619” . [1] Portanto, peca por ignorância quem afirma ser João Calvino o autor destes cinco pontos, porque na verdade, a afirmação correta é que estes “pontos” foram fundamentados tão somente nas doutrinas ensinadas por ele. Aliás, este sistema doutrinário, se assim podemos chamá-lo, foi elaborado somente 54 anos após a morte do grande reformador (1509-1564). 
  
2. Razão de sua Escrita 
Os Cinco Pontos do Calvinismo foram formulados em resposta a um “documento que ficou conhecido na história como ‘Remonstrance' ou o mesmo que ‘Protesto'”, [2]apresentado ao Estado da Holanda pelos “discípulos do professor de um seminário holandês chamado Jacob Hermann, cujo sobrenome latino era Arminius (1560-1600). Mesmo estando inserido na tradição reformada, Arminius tinha sérias dúvidas quanto à graça soberana de Deus, visto que era simpático aos ensinos de Pelágio e Erasmo, no que se refere à livre vontade do homem”. [3] Este documento formulado pelos discípulos de Arminius tinha como objetivo mudar os símbolos oficiais de doutrinas das Igrejas da Holanda (Confissão Belga e Catecismo de Heidelberg ), substituindo pelos ensinos do seu mestre. Desta forma, a única razão pela qual Os Cinco Pontos do Calvinismo foram elaborados era a de responder ao documento apresentado pelos discípulos de Arminius. 

3. Porque Cinco Pontos? 
Este documento formulado pelos alunos de Jacob Arminius tinha como teor cinco principais pontos, conhecidos como “Os Cinco Pontos do Arminianismo”. E como já dissemos logo acima, em resposta a este Cinco Pontos do Arminianismo, o Sínodo de Dort elaborou também o que conhecemos como “Os Cinco Pontos do Calvinismo” ao invés de sete ou dez. 
Estes pontos do calvinismo são conhecidos mundialmente pela palavra TULIP, um acróstico popular que na língua inglesa significa: 


4. Os Cinco Pontos do Arminianismo Versus Os Cinco Pontos do Calvinismo [4]





5. Considerações Finais 
Para inteirar o leitor do todo da história, Spencer nos diz que após o Sínodo de Dort se reunir em 154 Sessões num “completo exame das doutrinas de Arminius e comparar cuidadosamente seus ensinos com os ensinos das Escrituras Sagradas, chegaram à conclusão que os ensinos de Arminius eram heréticos”. [5] “E não somente isto, mas o Concílio impôs censura eclesiástica aos ‘remonstrantes' depondo-os dos seus cargos, e a autoridade civil (governo) os baniu do país por cerca de seis anos”. [6]
Diante disso, creio que a diferença crucial entre o Arminianismo e o Calvinismo se resume na palavra Soberania. Enquanto os calvinistas entendem que Deus opera a salvação na vida do ser-humano conforme a sua livre e soberana vontade, os arminianos salientam que o homem é capaz de por si só querer ou não ser salvo. Se partirmos da premissa que o homem está completamente morto diante de Deus como nos ensina Efésios 2:1, entenderemos porque a salvação depende tão somente da graça e da misericórdia do SENHOR, pois “não depende de quem quer ou quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9:16). Portanto, creio que os objetivos deste artigo foram de fato alcançados, demonstrando assim a verdadeira história dos “Cinco Pontos do Calvinismo”. Que assim, queira o Senhor nosso Deus nos abençoar e nos dar sempre a graça de sermos verdadeiros propagadores da história reformada. 




Abrindo os olhos espirituais


Abrindo os olhos espirituais “Enxergando o invisível”

Texto: II Reis 6:8 -18

Introdução:
O Texto lido nos relata que Israel vivia um dos momentos mais críticos de sua história, quando o moço do profeta Eliseu acorda pela madrugada e vê toda cidade cercada pelo inimigo, ele então se desespera e pede socorro “...Ai! Meu senhor! Que faremos?”
(II Rs 6:15b).  Foi nesse momento que através da oração do profeta Eliseu que algo sobre natural e impressionante acontece, Eliseu pede para o seu moço que ele abra o seus olhos e enxergue a vitória que o Senhor proporcionará e que Israel não seria sucumbido pelo rei da Síria.

“Ele respondeu: Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. Orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O SENHOR abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (II Rs 6:17-18).

Eliseu vinha de um milagre anterior onde o local em que eles (Eliseu e os discípulos dos profetas) estavam se tornara pequeno e havendo a necessidade de ser expandido saem à procura de madeiras para a tal ampliação do local, só que um dos discípulos dos profetas deixa cair a sua ferramenta de trabalho, ou seja, o machado que estava usando para cortar as madeiras cai sobre as águas do rio Jordão e o pior o machado era emprestado “... Ai! Meu senhor! Porque era emprestado” (II Rs 6:1-5).


Então através de Eliseu Deus opera um milagre, faz com que o pesado machado flutuasse sobre as águas do rio Jordão.

Em qual situação você se encontra hoje, como esta a sua vida, você está vivendo momentos difíceis, não consegue olhar ao redor e encontrar uma saída ou a solução para o seu problema?  Abra os teus olhos, Deus vai mostrar a você o meio e a estratégia de como sair dessa situação.

Podemos extrair algumas lições nesse texto apresentado:

1 – Havia uma crise (v.14)
O rei da Síria enviou para Dotã, lugar onde estava Eliseu, homem de Deus, cavalos, carros e tropas de soldados “Então, enviou para lá cavalos, carros e fortes tropas; chegaram de noite e cercaram a cidade”  (II Rs 6:14).
Um exército cercou a cidade.
Um homem cercado pelos inimigos.
Não tem sido assim em nossas vidas, muitas vezes sentimos encurralado?
Num beco sem saída?
Em meio a uma guerra?
Sentimos só, parece que Deus se esqueceu de nós.
O rei da Síria, citado aqui no texto pode ser representado com o pecado que tão de perto nos rodeia e nos embaraça “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia,...” (Hb 12:1), a Bíblia nos diz para estarmos com os olhos abertos “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;”  (I Pd 5:8).
Como os pecados tem nos cercado, assim também problemas tem nos afligido, problemas familiares, emocionais, econômicos, de saúde etc.
O momento pode ser dramático ou de sobremaneira difícil, somos hoje pessoas cercadas, encurraladas sem saída.
Como Eliseu estamos cercados por todos os lados pelos inimigos que querem nos devorar.

2 – Houve o momento de desespero (v.15)
No versículo 15, “Tendo-se levantado muito cedo o moço do homem de Deus e saído, eis que tropas, cavalos e carros haviam cercado a cidade; então, o seu moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos?” (II Rs 6:15).
Conta que o discípulo do homem de Deus se levantou muito cedo provavelmente de madrugada e saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros; “...então, o seu moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos?” (II Rs 6:15).
Passamos por muitos desesperos na jornada da vida cristã, sentimos acuados em meio às dificuldades e problemas que muitas das vezes sem que quisermos são proporciona a nós, temos vários medos e achamos que vamos perecer ou até mesmo sucumbir diante das tamanhas adversidades. Muitos na hora do desespero chegam ao ponto de tentar ceifar a sua própria vida, se escondem, tentam fugir, mudam de endereço ou até mesmo mudam de igrejas e assim vai de mal a pior, acham que fazendo isso tudo vai mudar, vai ser solucionado o problema, que engano, todos esses planos na verdade na hora do desespero é uma válvula de escape que acabam em mais frustração e mais derrotas, e quando não acabam em depressões.

Quando olhamos para alguns personagens Bíblicos que venceram e não se desesperaram, temos exemplos maravilhosos como, por exemplo:

Moisés – Deus lhe envia para tirar o Seu povo do Egito que estavam nas garras de Faraó, Deus permite que Moisés retire o Seu povo, só que ao mesmo tempo endurece o coração de faraó e este vem com os seus cavaleiros para aprisiona-los novamente, olhe que situação, o povo murmurando, o mar vermelho a frente e logo atrás os cavaleiros de faraó, que situação. Imagine se Moisés desesperasse com aquela situação ele com certeza como diz o ditado popular “morreria na praia”, mas o que Moisés fez, foi olhar para o Senhor e lhe pedir o socorro.
“Moisés, porém, respondeu ao povo: Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis. Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.” (Êx 14:13-15)

Davi – imaginem quando Davi foi afrontado pelos Filisteus e principalmente pelo gigante Golias, se ele tivesse olhado somente para o tamanho do problema ou do gigante e esquecido de olhar para o tamanho do seu Deus. Com certeza o povo de Israel teria perecido.
“Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” (I Sm 17:45).

3 – Deus sempre está presente (v.16)
“Ele respondeu: Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles” (II Rs 6:16).
O profeta Eliseu no momento mais crítico e difícil responde com grande confiança: "...mais são os que estão conosco...". Jesus esta conosco todos os dias. “..., porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (I Jo 4:4).
“...E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20).

4 – Deus abre os olhos espirituais e provê o socorro (v.17)
“Orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos para que veja...” (II Rs 6:17a).
Deus responde a oração do profeta Eliseu “...O SENHOR abriu os olhos do moço,...” (II Rs 6:17b).
Quantos estão presos como um pássaro em uma gaiola e não consegue ver que a porta está aberta. É necessário que o Senhor abra os nossos olhos. Só estamos vendo os problemas, infelizmente estamos com os olhos fechados, e não temos visto os milagres que o Deus das impossibilidades pode realizar por nós.

“Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lc 1:37).
O monte estava cheio de cavalos e carros, um grande exercito de inimigos “...eis que tropas, cavalos e carros haviam cercado a cidade;...” (II Rs 6:15). No meio das adversidades ali estava Deus com carros e cavalos de fogo para garantir a vitória de seu filho “...e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (II Rs 6:17c). Não pense que você está sozinho nesta luta, Jesus esta com contigo pra ti ajudar e socorrer. Deus quer nos acudir, quer nos socorrer, quer suprir as nossas  necessidades. Ele é poderoso para fazê-lo. Hoje Deus pode enviar suas carruagens de fogo para nos atender, não podemos nos esquecer de que há um grande exercito a nossa volta.
“O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Sl 34:7).
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1:14).

5 – Vencemos o mal através do bem (v.18)
O exército dos inimigos desceu para a peleja, para o ataque, para a batalha. Porém o homem de Deus orou e os olhos dos soldados Sírios ficaram cegos. Quando oramos ao Senhor, o mal não prevalece, não avança, pois nenhuma arma forjada contra nós prosperará.
“Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR e o seu direito que de mim procede, diz o SENHOR” (Is 54:17).
Deus nos dará sempre a vitória sobre os nossos inimigos, quando agimos conforme a Sua palavra, vencendo o mal com o bem.
“Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber,porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça, e o SENHOR te retribuirá”. (Pv 25:21-22)
“...se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12:20-21).

Assim fez o rei de Israel com os seus inimigos:
“Ofereceu-lhes o rei grande banquete, e comeram e beberam; despediu-os, e foram para seu senhor; e da parte da Síria não houve mais investidas na terra de Israel” (II Rs 6:23).

Conclusão:
O Senhor quer abrir os seus olhos, Ele quer operar nesta situação que você se encontra hoje, é um problema financeiro, familiar ou uma enfermidade.
Qual o vale que você se encontra hoje?
O Senhor quer abrir os seus olhos e com certeza você vai poder enxergar o Seu agir sobrenatural em sua vida.
Tudo pode ser tornar diferente a partir de hoje, se você conseguir abrir os seus olhos e começar a enxergar o mundo espiritual.
Onde está o rei da Síria?
Onde estão os soldados?
Onde estão os inimigos?
O que você está enxergando?
O Senhor quer mudar a sua visão, neste problema, nesta ameaça, nesta luta, nesta dificuldade.
Se hoje você deixar o Senhor abrir os seus olhos, você ira sair daqui como um vitorioso (a), você vai sair daqui com cabeça erguida, você vai sair confiante, pois O senhor está comigo, no que temerei “...Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31).
Apenas uma oração que o homem de Deus fez e que foi o suficiente para mudar a opinião daquele moço.
A intervenção do Senhor muda a nossa visão, muda a maneira de como enxergamos os problemas, Deus não retirou o moço daquela situação, o discípulo de Eliseu continuou no mesmo lugar, ele simplesmente começou a enxergar o mundo espiritual, o Senhor mudou a sua história.
Meus queridos amigos, o rei da Síria foi vencido pelos exércitos de Deus, satanás já está derrotado, Jesus o venceu na Cruz para que você como filho de Deus seja um grande vencedor e herdeiro de todas as Suas promessas.  
Abra os seus olhos e comece enxergar as bênçãos que o Senhor tem proporcionado a você, a sua família e os seus negócios.

Pr. Adão Carvalho
Pastor Auxiliar da Igreja Evangélica Presbiteriana Ebenézer – Americana/SP
www.iepeamericana.com.br

Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com

sábado, 18 de julho de 2015

O DEVER BÍBLICO DE JULGAR


Por

Alexandre Amin

Introdução

O fraco e falho argumento de que cristãos não devem julgar já ultrapassou o clichê. Dito por aqueles que, na maioria das vezes, não dedicaram tempo algum para fundamentar esta opinião. Na verdade, pensar em pessoas que não dedicam tempo para fundamentar suas opiniões é um pleonasmo neste século e neste país. O que mais vemos são argumentos sem embasamento, crendices tolas fundamentadas no vácuo. Parece que a tecnologia progride na mesma velocidade da regressão mental da população.  Mas não vamos julgar!rs rs rs.

A falácia do partido dos tolerantes não é apenas vã na perspectiva bíblica, pois para onde caminharia uma sociedade que aceita tudo? Onde estaria o povo que não exerce sua capacidade crítica? O que seria da justiça se a relativização moral fosse levada ao pé da letra? Deveriam, então, ser extintos os tribunais e soltos os criminosos?

Não julgueis?

Mas vamos ao que interessa, a perspectiva bíblica. O texto de Mateus 7:1ss é, sem dúvida, o mais citado contra a atitude de julgar. “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados” (v.1-2). Mas o que poucos percebem é que neste texto Jesus está exortando contra um qualidade específica de julgamento, o hipócrita. Veja que no versículo 3 ele se refere a “argueiro” (cisco) e “trave” (viga de madeira); a intenção aqui é mostrar que o julgador pratica o mesmo pecado que aquele a quem ele está julgando, mas em uma intensidade superior. Ambos estão em pecado, e pecados da mesma natureza. Exemplificando, como poderia um homem que está traindo sexualmente sua esposa julgar arrogantemente um adolescente que tem lutado com seu olhar para com as meninas? (E por favor, não diga que para Deus não existe “pecadinho”nem “pecadão”, pois este argumento não cabe aqui. O sangue de Cristo justifica todos os pecados de quem se arrepende, não importa o grau; mas perante a Lei de Deus os pecados são diferenciados, tanto que as consequências destes são diferentes). Continuando no versículo 5, Jesus diz: “Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão”. Percebe? Depois de tratado o pecado, podemos, e devemos, olhar para o cisco do olho de nosso irmão, mas com a intenção sincera de retirá-lo; e isso significa ajudá-lo a vencer o pecado que, graças a atuação do Espírito Santo, nós temos vencido.

Atirar a primeira pedra!

Outro texto comumente citado é o da mulher adúltera: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire a pedra. [...] Ninguém te condenou? [...] Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (Jo 8:7,10,11). O que seriam as pedras? Julgamento ou condenação? A diferença aqui é clara; Jesus mesmo julgou a mulher quando disse “não peques mais”. Para Cristo, o pecado da mulher estava claro, e este pôde ser percebido por muitos outros, que estavam certos em julgá-la. A questão é que os acusadores tinham passado do julgamento para a condenação, e é contra isto a que Jesus se opõe. Condenar um pecador não cabe a nós, exceto em raras ocasiões de disciplina eclesiástica, como o apóstolo Paulo orienta aos coríntios (1 Co 5:3-5).

O dever de julgar

Mesmo interpretando estes textos complicados à luz do contexto histórico, muitos ainda continuam defendendo a postura tolerante. O problema é que não apenas estes textos não falam contra julgar, como há outros textos que nos orientam a fazê-lo.

No livro de Levítico, Moisés orientou o povo a que expusesse o pecado alheio, para que o mesmo fosse julgado corretamente; quem não o fizesse seria tido como cúmplice de tal pecado. “Quando alguém pecar nisto: tendo ouvido a voz da imprecação, sendo testemunha de um fato, por ter visto ou sabido e, contudo, não o revelar, levará a sua iniquidade” (Lv 5:1).

Julgar também envolve sabedoria, tanto que o rei Salomão ao pedir sabedoria a Deus, também pede: “Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo?” (1 Rs 3:9).

Como já citado anteriormente, Paulo exortou a igreja de Corinto a julgar os que estavam vivendo em impureza, e expulsá-los do meio dos crentes; “Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor” (1 Co 5:13). Ainda na mesma carta, diz: “Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo” (1 Co 10:15). Aos tessalonicenses: “Julgai todas as coisas, retende o que é bom” (1 Ts 5:21). Aos de Éfeso: “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5:11). E uma das frases mais duras do apóstolo: “Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema [maldito]” (Gl 1:9).

Jesus também abordou este assunto, quando disse: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7:15). E no Evangelho de João: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7:24).

Também é interessante notar que o povo da cidade de Bereia foi elogiado por Lucas como sendo nobres, por julgarem o que tinham ouvido de Paulo e Silas; e tendo examinado, creram, recebendo o Evangelho. “Ora, estes de Bereia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (At 17:11).

Creio que depois de citar estes textos, cabe agora um esclarecimento mais sistemático sobre o que julgar. Segundo o Rev. Doug Kuiper, devemos (1) julgar práticas e ensinos, se estão de acordo com a Palavra de Deus; (2) julgar o pecado como sendo pecado; (3) julgar nossos próprios pecados, para não cair em hipocrisia, e estar sempre de acordo com a reta justiça. E ainda acrescento um último ponto: (4) julgar em amor.

O perigo de não julgar

O discurso de não julgar esconde muitos perigos. Creio que o principal se manifesta na seguinte frase: “Como podemos julgar, se não somos os donos da verdade?”. Não sei se você percebe a contradição de um cristão fazer uso de tal discurso. A grande burrice desta frase é que se não podemos saber a verdade, como sabemos que Cristo é a verdade? Se fomos deixados à mercê de qualquer certeza, como podemos crer na remissão dos pecados, no retorno glorioso de Cristo, na vida eterna?

A Palavra de Deus é a verdade, e por meio dela podemos sim conhecer a verdade. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Tm 3:13). E quanto às palavras de Cristo: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17); “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida: ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6); “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). Ainda há outro texto impressionante a respeito da verdade: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5:20).

Utilizo-me mais uma vez da proposta de Kuiper, quando ele diz que a visão da tolerância é perigosa, ímpia e anti-bíblica. (1) Perigosa, pois leva à acomodação adicional da igreja com o mundo, em violação ao seu chamado (Rm 12:2). (2) Ímpia pelo fato de rejeitar Jeová como o Deus cuja Palavra é o padrão para a vida e doutrina. (3) Anti-bíblica, pois a Bíblia ensina sim que podemos, e devemos julgar.

Conclusão

Precisamos, como cristãos maduros, e não como crianças espirituais, ter nossa fé muito bem fundamentada, e entender que podemos sim ter certeza a respeito das verdades espirituais; não podemos entender tudo de forma exaustiva, por conta da limitação da nossa mente, mas Deus nos dá o entendimento de tudo o que é necessário para a nossa salvação, para a vida diária da igreja, para a correção, instrução na justiça e para a preservação do Evangelho de Cristo.

Não posso terminar sem deixar de enfatizar que julgar precisa ser em amor! O livro de 1 João deixa isto muito bem claro, quem odeia o seu irmão prova que o amor de Deus não está em si, pois Deus é amor. Amar e julgar não são atitudes antagônicas, mas arrogância e vanglória são opostos ao amor cristão.

“E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto da justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fp 1:9-11).

Fonte:http://diarioreformado.com/