A história até familiar demais tem pouquíssima variação, não importa quantas vezes eu a ouça. Um pastor tenta ensinar à sua igreja alguma verdade doutrinária “profunda” enquanto uma pequena, porém barulhenta, minoria objeta a tal ensino e incita os outros contra o pastor e a “nova” doutrina. Como resultado, ou a igreja se divide e reduz em tamanho e influência, ou o pastor vai embora consolando a si mesmo com o pensamento de que ele foi martirizado profissionalmente em nome da verdade. Aqueles que se opuseram a ele na igreja, é claro, também sentem-se como se tivessem se levantado corajosamente pela verdade e resistido ao lobo em pele de cordeiro. Ambos os lados, contudo, percebem que perderam algo que será difícil reconquistar: energia, credibilidade e confiança.
Não precisa ser assim; pelo menos, nem sempre. Enquanto pregadores da verdade regularmente têm que contender com aqueles que resistem à verdade, uma vida de experiência me informa que mais frequentemente do que não, a maneira pela qual os pastores se relacionam com seus membros e apresentam a verdade promoverá a sua receptividade ou a minará.
Erro número 1: Emoção descontrolada. O pastor deve, sem dúvida, sentir o que quiser sentir. Emoções não são boas nem ruins. Quais emoções ele demonstra, contudo, é outra questão. Ele não pode se dar ao luxo de deixar sua congregação perceber medo ou ira nele. No momento em que ele agir a partir de tais emoções — e os membros perceberão isso — ele já perdeu a batalha. Ele tem que agir a partir do amor pelo Senhor, do amor pelo seu povo e do amor pela verdade.
Erro número 2: Não receber bem opiniões diferentes. Um pastor ameaçado dificilmente parece seguro em sua crença e não é capaz de inspirar confiança. Certa vez eu apresentei um novo conjunto de estatutos a uma igreja que eu servi, e um amado homem da igreja abertamente se opôs a elas. Quando terminamos, eu o agradeci por sua perspectiva e garanti que eu apreciava a sua opinião. Eu sabia que, não importa como fosse a votação, eu ainda seria o seu pastor e responsável por ministrar a ele. Eu não queria que uma divergência de opiniões a respeito de uma questão específica evitasse ou diminuísse meu relacionamento contínuo com ele ou com qualquer outra pessoa que pudesse pensar como ele. Se um pastor apoia a divergência amável e graciosa, então ele raramente terá que lidar com patifes.
Erro número 3: Pregar um sistema em vez de um texto. Quando um pastor mostra a verdade nas Escrituras, é difícil que as pessoas discordem dela a menos que estejam dispostas a negar a verdade da própria Bíblia. Por outro lado, quando ele tenta apresentar a sistematização lógica de alguém e usa controversos termos da moda que nunca são encontrados na Bíblia, ele convida um criticismo que, embora talvez seja injusto, parece crível.
Erro número 4: Evitar tensões bíblicas. O pastor que só apresenta um lado da evidência bíblica e não abraça e ensina a verdade que a contrabalanceia, não terá credibilidade com a sua igreja. A Escritura está repleta de paradoxos e tensões teológicas como a humanidade e a deidade de Jesus, a autoria divina e humana da Bíblia, a unidade e a tríplice natureza da Divindade, a absoluta soberania de Deus e a plena responsabilidade moral do homem. Qualquer pastor que apresenta apenas um lado de um argumento, nunca convencerá pessoas que pensam e, pelo contrário, abrirá a si mesmo para suas igualmente simplistas refutações e negações.
Erro número 5: Uma falha em exercer amor. O pastor nunca deve esquecer que Deus o enviou para amar os membros, não meramente impregná-los de fatos bíblicos. Quando uma congregação ouve o amor de um pastor por ela, eles aceitarão seu ensino muito mais prontamente. Pastores amorosos ainda enfrentarão oposição ocasional, mas normalmente será muito menos irada em seu tom e também menos capaz de incitar outros. Jesus disse que a maior marca do nosso discipulado é que amamos uns aos outros. Nenhum pastor é capaz de fazer de seus membros discípulos se lhe falta o mais importante elemento do discipulado.
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